As viagens da família Bolsonaro ao exterior, sempre com conotação de turismo oficial, habitualmente são recheadas de gafes, situações embaraçosas e comportamentos inadequados. No entanto, as atitudes de seu filho Flávio, de sua esposa Michelle e dele próprio nesta quarta-feira (17), no Bahrein, causaram vergonha alheia e um notório desconforto nas autoridades árabes presentes numa cerimônia.
O secretário Nacional de Cultura, Mario Frias, assinava um documento sentado a uma mesa, junto com o ministro de Relações Exteriores bahrenita, numa gigantesca sala luxuosa de um palácio do governo, em frente a várias autoridades, entre elas a família do presidente brasileiro, que como adolescentes impertinentes permaneciam todo o tempo com os celulares nas mãos filmando o ato.
Naquele momento, enquanto os cerimonialistas liam os textos protocolares em árabe, inglês e português, o senador acusado de chefiar um esquema de rachadinhas quando era deputado estadual no Rio diz para alguém próximo: "Quem diria, hein... Da Malhação", fazendo menção ao folhetim adolescente da Globo, onde Mario Frias atuou.
Na sequência, a primeira-dama completa: "Tinha uma revista Capricho", referindo-se à publicação adolescente que foi sucesso entre as meninas nos anos 90.
Para completar o vexame desconexo e constrangedor, o próprio presidente da República vira-se para o xeique do país, Hamad bin Isa Al Khalifa, que é chefe de Estado e de Governo, e diz "Mas é hétero, viu?".
Ao que parece, a fala homofóbica e vexatória agradou a Mario Frias, o radical de letramento e verve artística duvidosos a quem foi confiada a “cultura bolsonarista”, já que ele próprio publicou o vídeo com o grotesco acontecimento.
Esse tipo de intervenção vergonhosa tornou-se uma espécie de marca da política externa do governo Bolsonaro, sobretudo praticada pelo próprio chefe do Executivo brasileiro, que já fez piadas homofóbicas e insinuações chulas na presença de outros chefes de Estado, de governo e de altos funcionários diplomáticos estrangeiros. O líder extremista ultrarreacionário parece crer que essas atitudes fazem sucesso nas relações internacionais, visto que, mesmo advertido inúmeras vezes, não abandona a prática.
Essas e outras atitudes de Jair Bolsonaro, do seu séquito palaciano e de parte do Itamaraty, ajoelhado diante das estripulias do político radical, têm levado cada vez mais a um isolamento do Brasil na comunidade Internacional, fazendo com que a nação que sempre foi reconhecida por seu seleto e eficiente corpo diplomático se tornasse um pária no mundo.
Veja o vídeo: