Sonia Guajajara denuncia tentativa de associá-la ao tráfico de drogas

Coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena tenta ligar o nome da ativista com uma operação da Polícia Federal que destruiu plantações de maconha em reservas indígenas

Foto: Mídia Ninja
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Perseguida pelo governo de Jair Bolsonaro por causa de seu trabalho como ativista, a líder indígena Sonia Guajajara denunciou mais uma tentativa de criminalizá-la. Desta vez, o coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) do Maranhão tem tentado associar a imagem dela ao tráfico de drogas.

Segundo relato feito por Sonia nesta quarta-feira (27) em sua página no Twitter, o tenente-coronel Alberto José Braga Goulart tem publicado e divulgado em grupos de WhatsApp uma matéria veiculada no "Jornal Nacional" junto a um post que a ativista fez em 2018 nas redes sociais sobre a campanha de Descriminalização da Maconha.

https://twitter.com/GuajajaraSonia/status/1453359327620878338?s=20

A reportagem do "Jornal Nacional" fala sobre uma operação da Polícia Federal que destruiu plantações de maconha dentro de reservas indígenas e florestais no Maranhão e no Pará. Em nenhum momento a matéria afirma, porém, que o plantio teria relação com as populações indígenas e muito menos com Sônia Guajajara.

Segundo a própria ativista, a maconha em grande quantidade seria proveniente da constante invasão ilegal nos territórios indígenas, que o próprio Estado brasileiro não combate.

"Registra-se que, embora seja um dever constitucional a proteção e a segurança dos povos e territórios indígenas, essa situação foi denunciada pelos próprios indígenas e somos nós que exigimos tomada de providências para que parem as invasões em nossas terras e todo tipo de exploração", escreveu.

Sonia disse, ainda, que "tomará medidas cabíveis diante de mais esse ataque". Em maio deste ano, um inquérito foi aberto contra ela pela Fundação Nacional do Índio (Funai) por acusações de difamação do governo Bolsonaro pela websérie Maracá, lançada em 2020, que denuncia as violações de direitos sofridas pelos povos originários no contexto da pandemia.