Depois de passar quase dois meses foragido no exterior, o “influenciador” bolsonarista Marcos Antônio Pereira Gomes, conhecido como Zé Trovão, decidiu se entregar à Polícia Federal, em Santa Catarina, nesta terça-feira (26). Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal (STF) manteve, por unanimidade, a ordem de prisão contra ele.
Zé Trovão, que se autoproclama caminhoneiro, divulgou um vídeo em seu canal no YouTube anunciando que iria se entregar. Na sequência, a PF confirmou que o bolsonarista se rendeu.
Em nota, a defesa disse que a apresentação foi "espontânea" e que ele "está ao dispor da Justiça para provar sua inocência".
O influenciador é alvo de investigação no inquérito da Procuradoria-Geral da República (PGR) por ameaças à democracia, após ter auxiliado a liderar as manifestações golpistas ocorridas no 7 de setembro.
Em setembro, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da PGR, expediu mandado de prisão contra o bolsonarista, que não chegou a ser executado pois Zé Trovão fugiu para o México.
Zé Trovão “recuou”, mas não adiantou
Antes de ter o pedido de habeas corpus negado pelo STF, Zé Trovão até tentou melhorar sua situação ao pedir para que os caminhoneiros interrompessem os bloqueios realizados em setembro.
Nas imagens, difundidas em grupos de WhatsApp, Zé Trovão fala em “respeitar um pedido que o presidente nos fez” e diz que Bolsonaro “colocou a sua popularidade abaixo da gestão para que o Brasil tenha equilíbrio, e que isso é muito importante”.
O fato é que o homem que se intitula líder dos caminhoneiros foi usado por Bolsonaro, que incentivou o radicalismo da categoria com suas bravatas e discurso autoritário, mas recuou no desígnio golpista, com nota oficial, após perceber a grande repercussão negativa no mundo político de seu vexame no 7 de Setembro, que chegou até mesmo a recolocar o impeachment no horizonte.
Desamparado, Zé Trovão, que embarcou na aventura do golpe, agora termina preso na Superintendência da Polícia Federal de Joinville.