A greve de caminhoneiros marcada para o dia 1º de novembro está mantida. A promessa de Jair Bolsonaro de dar um "auxílio-diesel" de R$400 mensais para os trabalhadores autônomos da categoria não agradou e tem sido tratada por lideranças como "esmola".
"O caminhoneiro não quer esmola, quer dignidade. Para as petroleiras (dão) um trilhão, para o caminhoneiro humilhação", afirmou ao jornal Estadão Carlos Alberto Litti Dahmer, diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), confirmando que a greve em 1º de novembro está de pé.
Wallace Landim, presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava) e que liderou a greve de caminhoneiros em 2018, deu entrevista ao portal Metrópoles e foi na mesma linha: "Caminhoneiro não faz nada com R$ 400, com diesel na média de R$ 4,80. Os R$ 400 propostos pelo presidente não atendem as demandas dos caminhoneiros. Manteremos nossas demandas e greve em 1º de novembro", declarou.
A a greve dos caminhoneiros em 1º de novembro deve ter abrangência nacional e é organizada pela CNTTL, Abrava e Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC).
Medo de greve
Em situação cada vez mais difícil e agora refém de uma ameaça de greve por parte dos caminhoneiros, que até pouco tempo eram aliados de primeira hora, o presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira (21) que pagará uma espécie de auxílio-diesel para 750 mil trabalhadores autônomos da categoria.
Só que há um problema: Com o orçamento estrangulado e às voltas com uma celeuma econômica por conta de seu desejo de furar o teto de gastos para turbinar eleitoralmente o Bolsa Família, o mandatário brasileiro não disse de onde vai tirar dinheiro para subsidiar os caminhoneiros.
“Nós vamos atender aos caminhoneiros autônomos. Em torno de 750 mil caminhoneiros receberão uma ajuda para compensar o aumento do diesel. É através deles que as mercadorias, alimentos, chegam aos quatro cantos do país”, prometeu o presidente.
Tanqueiros de MG cruzam os braços
Os caminhoneiros responsáveis pelo transporte de combustível no estado de Minas Gerais, conhecidos como tanqueiros, entraram em paralisação nesta quinta-feira (21). O movimento começou na madrugada e não tem previsão de término.
Centenas de caminhões-tanque estão parados nas entradas das distribuidoras de Betim, na Grande BH. Eles exigem a redução do imposto para combustíveis e melhoria no valor dos fretes, de acordo com um dos participantes, que pediu para não ser identificado.
“A situação está péssima para o transporte, é complicado. O diesel é caríssimo, a manutenção dos caminhões, as peças, tudo muito caro. O pedágio. Os carros estão todos sucateados devido aos fretes ruins. São vários fatores”, explicou.
Circula a informação, ainda não confirmada, que tanqueiros dos demais estados da região Sudeste também aderiram à paralisação.
O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro) divulgou nota pela manhã sobre a manifestação. A entidade informou que apoia os caminhoneiros e avalia que, se o movimento durar mais de 24 horas, pode haver desabastecimento de combustíveis em postos com estoques mais baixos.