O Tribunal de Justiça Militar condenou na madrugada desta quinta-feira (14) oito dos 12 militares responsáveis pela morte do músico Evaldo dos Santos Rosa e do catador de materiais recicláveis Luciano Macedo. O julgamento durou mais de 15 horas e quatro oficiais, que não dispararam suas armas no dia do crime, foram absolvidos. Todos foram absolvidos por omissão de socorro.
A pena foi de 31 anos e seis meses de prisão em regime fechado para o tenente Italo da Silva Nunes, que comandava a operação realizada em Guadalupe, e 28 anos de reclusão em regime fechado para os demais. Uma juíza federal e dois juízes militares votaram pela condenação, uma pela condenação culposa e outro pela absolvição dos militares.
A defesa dos acusados vai recorrer da decisão. No entanto, o advogada da família de Evaldo e assistente de acusação, André Perecmanis, afirmou à Revista Fórum nesta quarta-feira (13) que é muito forte a prova contra os militares. “A versão deles não tem nenhum amparo no processo.” Na época, os militares falaram que confundiram o carro de Evaldo com o de criminosos que teriam roubado um veículo da mesma cor, pouco tempo antes.
Relembre o caso
Em abril de 2019, Evaldo dirigia um carro onde levava a esposa, Luciana Nogueira, o filho de 7 anos, o sogro e uma amiga para um chá de bebê. No bairro de Guadalupe, o carro foi alvo dos fuzis e das pistolas dos militares. Evaldo e Luciano morreram na hora.
Laudo realizado à época revelou que cerca de 257 disparos foram realizados contra o carro. O Ministério Público Militar pediu a prisão de 8 dos 12 envolvido. Em sua alegação final, o MPM afirma ter comprovado 82 tiros e deixa claro que houve dificuldade para comprovar quantos tiros foram disparados por cada militar envolvido na ação. Evaldo levou nove tiros.