Após quatro adiamentos, a Justiça Militar vai julgar nesta quarta-feira (13) os militares acusados de terem disparado mais de 250 tiros contra o músico Evaldo dos Santos Rosa, em abril de 2019, em Guadalupe, na zona norte do Rio de Janeiro. Além de Evaldo, o catador de materiais recicláveis Luciano Macedo, que tentou ajudar o músico, também acabou sendo morto na ocasião.
André Perecmanis, advogado da família de Evaldo e assistente de acusação, disse que não há como prever se os 12 militares serão condenados ou não. Porém, ele afirmou à Revista Fórum que a prova é muito forte contra eles. "A versão deles não tem nenhum amparo no processo."
Na época, os militares falaram que confundiram o carro de Evaldo com o de criminosos que teriam roubado um veículo da mesma cor, pouco tempo antes. Eles chegaram a ser presos em 2019, mas foram soltos após a decisão do Superior Tribunal Militar (STM) que concedeu a eles o direito de aguardar o julgamento em liberdade. Eles foram afastados das funções nas ruas.
Relembre o caso
Em abril de 2019, Evaldo dirigia um carro onde levava a esposa, Luciana Nogueira, o filho de 7 anos, o sogro e uma amiga para um chá de bebê. No bairro de Guadalupe, o carro foi alvo dos fuzis e das pistolas dos militares. Evaldo e Luciano morreram na hora.
Laudo realizado à época revelou que cerca de 257 disparos foram realizados contra o carro. O Ministério Público Militar pediu a prisão de 8 dos 12 envolvido. Em sua alegação final, o MPM afirma ter comprovado 82 tiros e deixa claro que houve dificuldade para comprovar quantos tiros foram disparados por cada militar envolvido na ação. Evaldo levou nove tiros.