O caso de Madalena Gordiano, uma mulher que viveu 38 anos sob condições análogas à escravidão na casa de uma família de Minas Gerais, ganhou um novo capítulo neste domingo (3), quando se descobriu o destino dos 8,4 mil reais de pensão que ela tinha direito, mas que foi apropriada por seus patrões e usada para pagar o curso universitário de uma das filhas da família.
Em 21 de dezembro, se conheceu o caso de Madalena, que trabalhou durante 38 anos, primeiro na casa de Maria das Graças Milagres Riqueira, depois na de Dalton César Milagres Rigueira, onde finalmente foi encontrada.
Madalena foi casada com Marino Lopes da Costa, um ex-combatente da Segunda Guerra Mundial, razão pela qual tinha direito a uma pensão de 8,4 mil reais.
Segundo matéria do UOL, baseada nas investigações do caso realizadas por auditores fiscais, a família Milagres Riqueira arrebatou esse benefício ao longo de décadas, e o utilizou, entre outras coisas, para financiar os estudos universitários de Vanessa Maria Milagres Rigueira, irmã de Dalton. Ela se formou pela Faculdade de Medicina de Petrópolis, no Rio de Janeiro, em 2007.
Além disso, o matrimônio de Madalena Giordano também foi alvo de uma investigação. A união foi realizada em 2001. Marino Lopes da Costa era tio de Valdirene Lopes da Costa, esposa de Dalton, e estava no fim de sua vida naquele então. A suspeita é de que a família Milagres Rigueira planejou o casamento para que a iminente morte de Marino gerasse a pensão que vinha sendo utilizada durante todos os anos posteriores.
O processo que investigou o casamento entre Madalena e Marino foi encerrado em 2015, por suposta falta de provas.