A delegada Sandra Gomes Melo, chefe da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher I (Deam), do Distrito Federal, foi denunciado por seis delegados de polícia e nove agentes pela prática de assédio moral nas dependências da unidade especializada, localizada na Asa Sul, em Brasília.
A sindicância foi instaurada em 14 de dezembro de 2020 e investiga a incidência disciplinar descrita no artigo 43 da Lei 4878/65, que trata de “praticar ato que importe em escândalo ou que concorra para comprometer a função policial”.
Os colegas da delegada alegam situações de desgaste psicológico, como taquicardia, insônia, sensação de desânimo, pânico laboral, até mesmo situação de irritação extrema e depressão. Três deles relataram que precisaram recorrer à policlínica da PCDF na tentativa de receber tratamento psicológico e psiquiátrico, decorrentes dos supostos atos de “abuso de poder” e “manipulação perversa” praticados pela delegada.
Os policiais afirmam que são colocados em “situações humilhantes”, que são ofendidos e chamados de “lerdos” e “burros”. Eles acrescentam ainda ser comum “ouvir os gritos” da delegada e que já presenciaram diversas servidoras chorando.
Uma das servidoras afirma ser alarmante ver que tais atos ocorrem no ambiente de uma Delegacia da Mulher, local que deveria ser de proteção especial às mulheres e de promoção da dignidade da pessoa humana.
A Corregedoria-Geral de Polícia informou que está apurando os fatos e que o procedimento tem caráter sigiloso. “A PCDF esclarece que a CGP tem independência para apurar todas as denúncias que chegam ao seu conhecimento e aplicar os rigores da legislação”, diz o texto.
O Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial (Ncap), do MPDFT, declarou ao Metrópoles que “até o momento não há elementos para pedir afastamento da delegada. As provas são divergentes e não há indícios de que ela esteja assediando ou coagindo qualquer servidor que possa servir como testemunha”.
A delegada Sandra Melo Gomes negou o assédio moral. “Tais fatos não procedem, são inverídicos e estão sendo devidamente apurados com a juntada de documentos e provas testemunhais que comprovam a improcedência”, respondeu.
Com informações do Metrópoles