A Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso anunciou nesta sexta-feira (4) que agentes da Polícia Militar desse estado estão sendo investigados tanto pela Justiça Civil mato-grossense quanto por representantes do Poder Judiciário da Bolívia, pelo assassinato de quatro homens indígenas do povo Chiquitano, em uma região próxima à fronteira entre o Mato Grosso e a Bolívia.
Segundo a imprensa local, os homens estavam caçando quando foram alvejados por tiros disparados pelos policiais brasileiros ligados ao Gefron (Grupo Especial de Fronteira). A indígenas, que caçavam na fronteira, foram mortos a tiros no dia 11 de agosto por policiais do Grupo Especial de Fronteira (Gefron), ligado à PM-MT.
Os policiais do Gefron afirmam que os indígenas estavam armados, e que teriam tentado atacá-los quando os policiais ordenaram que se entregassem.
Entretanto, parentes das vítimas alegam que os corpos apresentam marcas de tortura, e por isso dizem não acreditar na versão dos policiais. Eles querem uma investigação mais profunda sobre a causa das mortes, inclusive porque testemunhas do hospital de Cáceres, em Mato Grosso, afirmaram que os quatro chegaram ao local com vida, e faleceram horas depois, por não resistir aos ferimentos.
A Ouvidoria da Polícia Militar disse que está aguardando o resultado dos exames realizados nos corpos das vítimas para identificar a causa da morte e saber mais sobre a possibilidade de tortura.
Os indígenas Chiquitanos vivem em um território que está parte no Brasil (próximo ao município de Cáceres, em Mato Grosso) e parte na Bolívia (próximo à cidade de San Matías).