PMs do Mato Grosso são denunciados por assassinato de indígenas bolivianos

Quatro homens do povo Chiquitano foram mortos perto da fronteira entre os países, em meados de agosto. Parentes das vítimas exigem esclarecimentos da polícia brasileira, pois os corpos apresentam sinais de tortura

Indígenas do povo Chiquitano (foto: TeleSur)
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A Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso anunciou nesta sexta-feira (4) que agentes da Polícia Militar desse estado estão sendo investigados tanto pela Justiça Civil mato-grossense quanto por representantes do Poder Judiciário da Bolívia, pelo assassinato de quatro homens indígenas do povo Chiquitano, em uma região próxima à fronteira entre o Mato Grosso e a Bolívia.

Segundo a imprensa local, os homens estavam caçando quando foram alvejados por tiros disparados pelos policiais brasileiros ligados ao Gefron (Grupo Especial de Fronteira). A indígenas, que caçavam na fronteira, foram mortos a tiros no dia 11 de agosto por policiais do Grupo Especial de Fronteira (Gefron), ligado à PM-MT.

Os policiais do Gefron afirmam que os indígenas estavam armados, e que teriam tentado atacá-los quando os policiais ordenaram que se entregassem.

Entretanto, parentes das vítimas alegam que os corpos apresentam marcas de tortura, e por isso dizem não acreditar na versão dos policiais. Eles querem uma investigação mais profunda sobre a causa das mortes, inclusive porque testemunhas do hospital de Cáceres, em Mato Grosso, afirmaram que os quatro chegaram ao local com vida, e faleceram horas depois, por não resistir aos ferimentos.

A Ouvidoria da Polícia Militar disse que está aguardando o resultado dos exames realizados nos corpos das vítimas para identificar a causa da morte e saber mais sobre a possibilidade de tortura.

Os indígenas Chiquitanos vivem em um território que está parte no Brasil (próximo ao município de Cáceres, em Mato Grosso) e parte na Bolívia (próximo à cidade de San Matías).