Três dias após o anúncio de que o Brasil registrou queda histórica no Produto Interno Bruto (PIB), o presidente Jair Bolsonaro se mostrou, nesta sexta-feira (4), preocupado com a alta da inflação. Em conversa com apoiadores durante viagem a Registro (SP), o capitão da reserva fez um apelo para que os donos de supermercados abaixem os preços.
"Está subindo arroz, feijão? Só para vocês saberem: já conversei com intermediários, vou conversar logo mais com a associação de supermercados", afirmou, antes de pedir "patriotismo".
"Estou conversando para ver se os produtos da cesta básica aí... estou pedindo um sacrifício, patriotismo para os grandes donos de supermercados para manter na menor margem de lucro", completou o presidente.
Apesar do apelo, quem cobrou o governo federal sobre o assunto primeiro foi a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Em nota divulgada na quinta-feira (3), a entidade fez um alerta sobre a alta de até 20% no preço da cesta básica e cobrou Bolsonaro por medidas que ajudem a conter os valores de alguns itens.
"O setor supermercadista tem sofrido forte pressão de aumento nos preços de forma generalizada repassados pelas indústrias e fornecedores. A Abras (Associação Brasileira de Supermercados), que representa as 27 associações estaduais afiliadas, vê essa conjuntura com muita preocupação", diz nota da Abras.
Na mesma nota, a entidade cobrou o governo para que retire tarifas de importação."Entendemos que estamos sob um regime de livre mercado, os produtores precificam de acordo com o mercado internacional e a exportação é livre. Mas pedimos para que o governo olhasse para a taxa de importação para itens básicos como o arroz, para talvez conter um pouco a alta de preços interna", afirma o presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Ronaldo dos Santos.