Um grupo de advogados está se articulando para pedir o afastamento do juiz federal Marcelo Bretas ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Bretas é o responsável pelo julgamento das ações da Lava Jato no Rio de Janeiro. A informação é da jornalista Bela Megale, do jornal O Globo, e foi publicada nesta quinta-feira (10).
De acordo com as informações da matéria, a mobilização começou na quarta-feira (9), após Bretas autorizar a deflagração da Operação E$quema S. Ela apura supostos desvios no sistema S do Rio e mira escritórios de advocacia. Entre os investigados estão os advogados Cristiano Zanin e Roberto Teixeira, que defendem o ex-presidente Lula, Frederick Wassef, que já representou a família Bolsonaro, entre outros profissionais.
A investigação se baseia em delação de Orlando Diniz, ex-presidente do Sistema S daquele estado.
Bretas autorizou buscas e apreensões em endereços ligados aos advogados. Teria sido levado inclusive HD com áudios de ligações telefônicas de integrantes do escritório de Zanin grampeadas a mando do então juiz da Lava Jato, Sergio Moro.
Zanin apontou que a operação é um atentado à democracia e retaliação por ele ter exposto e combatido os desvios da Lava Jato em Curitiba.
Os advogados, segundo a jornalista, também pretendem apontar o que chamam de ‘ilegalidades’ supostamente cometidas pelo juiz em outros processos. Citam como exemplo aquele que determinou a prisão do ex-presidente Michel Temer.
OAB também vai agir
A ação, se concretizada, deve se somar a medidas administrativas e judiciais que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Nacional pretende tomar contra a operação deflagrada na quarta-feira.
Na avaliação da entidade, a operação é uma tentativa de “criminalização da advocacia”.