A tarde do último sábado (1) poderia ser só mais uma tarde comum para a advogada Mariana Maduro, que aproveitou o sol para fazer exercícios de ioga com uma amiga, nas margens da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro.
Mas ela não sabia que seu tempo de lazer estava sendo filmado pelo empresário bolsonarista Ricardo Roriz, que estava a poucos metros dali, e que gravava a cena com seu celular, enquanto fazia gestos obscenos e comentários sexistas com um amigo, o ambulante Celsão, que também observava as duas à distância.
“Celsão, você fica disfarçando. Vai botar a água ali e ficar fingindo. Celsão, você não vale porra nenhuma. Olha lá, o que é um velho tarado. Celsão, você é o maior voyeur. Você é voyeur legal”, afirma Roriz, enquanto filma as duas mulheres.
Ambos observavam a cena e riam a cada novo movimento de Mariana e sua amiga, às vezes fazendo gestos com as mãos simulando masturbação.
Roriz é dono de uma loja de artigos militares no bairro de Copacabana, também na cidade do Rio de Janeiro. Foi na página da sua loja no Instagram, com mais de 300 mil seguidores, que ele publicou as imagens de Mariana, expondo a advogada que sequer sabia que tinha sido filmada. O vídeo viralizou e tardou apenas dois dias para chegar até ela, que denunciou o caso à polícia.
Outra questão a respeito de Roriz é que ele é bolsonarista fanático, a ponto de ter uma tatuagem do presidente em uma das pernas. Suas páginas nas redes sociais também mostram que ele é um defensor da Polícia Militar, e também possui tatuagens em homenagem à instituição.
A delegada Valéria Aragão, da 12ª delegacia de polícia do Rio, é quem está investigando o caso, e afirmou que o acusado “é apenas um admirador sem nenhum vínculo com a instituição”. Também garantiu que “o fato de ser um admirador não o isenta de sofrer todo o peso da lei, de acordo com o crime que tenha cometido”.
Nesta terça (4), o comerciante prestou depoimento a polícia e expressou seu pedido de desculpas à advogada, além de garantir que o vídeo foi apagado dos seus perfis em redes sociais.
A advogada Mariana Maduro respondeu o acusado, dizendo que não acredita em seu arrependimento. “Para mim, esse pedido é uma afronta”, afirmou.