No dia em que a Polícia Civil do Rio e o Ministério Público fluminense preparavam a operação de busca e apreensão na casa da deputada federal Flordelis (PSD-RJ), vários vizinhos ligaram para a polícia denunciando que eles deveriam estar queimando provas sobre o assassinato de Anderson do Carmo, marido da pastora, no jardim do imóvel.
“Isso apressou a operação, tivemos que ir mais rápido”, revelou o promotor Sérgio Lopes Pereira em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, divulgada neste domingo (30) em formato de podcast.
Pereira é o responsável no MP pelo caso do assassinato do pastor Anderson do Carmo, marido de Flordelis. Ela foi denunciada pelo Ministério Público do Rio na última segunda-feira (24) como mandante do assassinato do próprio marido. Ela só não foi presa em virtude de sua imunidade parlamentar.
O promotor diz que, diante das denúncias, ele e os policiais correram para o imóvel, em Niterói (RJ). Quando chegaram lá, constataram haver uma fogueira no jardim. Segundo ele, a deputada não estava na casa.
“Ela chegou depois e reclamou do aparato da operação”, contou Pereira. A busca e apreensão foi feita na terça-feira seguinte ao crime, ocorrido no domingo.
Quando a arma do crime foi encontrada, segundo o promotor, Flordelis foi bem fria ao comunicar ao filho biológico, Flávio, que depois foi preso acusado pelos disparos. “Ela pegou o telefone e falou: ‘Flavinho, olha , acharam a arma no seu quarto’, sem nenhuma outra reação”, afirmou. Para o promotor , a frieza contrastava com as cenas públicas de Flordelis no enterro, “em que ela praticamente se jogava dentro do caixão”.
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