Nova operação da Lava Jato na manhã desta quarta-feira (19) cumpre seis mandados de busca e apreensão e duas prisões nos estados de Alagoas, São Paulo e Rio de Janeiro.
Segundo informações preliminares, a investigação tem como foco desvios de recursos em compras e vendas de navios da Transpetro, empresa de logística subsidiária da Petrobras.
A suspeita da força-tarefa é que um estaleiro contratado por R$ 857 milhões para fornecer navios pagou propina para um funcionário da Transpetro. O valor da propina, o nome do estaleiro e do funcionário não foram divulgados pela PF.
As ordens judiciais foram expedidas pela 13ª Vara Federal em Curitiba, e a operação foi batizada de "Navegar é Preciso".
As investigações apontam que foi identificada uma organização criminosa que fraudava o caráter competitivo das licitações pagando propina a altos executivos da Petrobras e empresas a ela relacionadas como a Transpetro.
Fraude
No dia 27 de julho, dois ex-gerentes da Transpetro e dois executivos da empresa holandesa A.Hak Industrial Services B.V. se tornaram réus em um processo da Operação Lava Jato por corrupção e lavagem de dinheiro
A denúncia foi aceita pelo juiz Luiz Antônio Bonat, da 13ª Vara da Justiça Federal, em Curitiba, a partir de denúncia de procuradores da Lava Jato, que apontaram que os réus movimentaram pelo menos R$ 3,9 milhões em um esquema que fradou contrato entre a estatal e a A.Hak.
Aluísio Teles, ex-gerente da Transpetro, foi denunciado por corrupção passiva qualificada e lavagem de dinheiro, Ulisses Sobral, também ex-gerente da estatal, responde por corrupção passiva qualificada.
Os executivos Mario Martinez e Paulo Martinez, da empresa holandesa, são réus por corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
De acordo com a denúncia, entre 2006 e 2010, os executivos oferecerem e efetivamente pagaram propinas para os então gerentes da Transpetro, totalizando 32 pagamentos a Teles (no valor de pelo menos R$ 3,6 milhões) e um repasse de R$ 150 mil a Sobral.
Segundo a força-tarefa da Lava Jato, em troca, os ex-gerentes aumentaram a rentabilidade do contrato da empresa com a subsidiária da Petrobras. Eles deixaram os cargos em 2010.