Um vídeo de 2015 do obstetra pernambucano Olímpio Moraes, diretor do Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam) - que fez o aborto legal da menina de dez anos estuprada pelo tio - voltou a circular nas redes sociais nesta terça-feira (18).
Nele, o obstetra se posiciona a favor da interrupção voluntária da gravidez pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ele afirma, durante debate no Senado, que se as filhas de deputados e senadores morressem de aborto no Brasil, o procedimento já seria totalmente legalizado.
"Acho que a gente está salvando vidas, porque essas mulheres morrem. Essas mulheres que morrem não estão sentadas aqui. Se fosse as nossas filhas, filhas de senadores, de deputados, que morressem de aborto, isso aí já tinha mudado. Como são mulheres que não estão sentadas aqui, são mulheres pobres... No Brasil, o aborto não é crime para uma parcela da população, que tem um aborto seguro, nos hospitais", disse.
Em seguida, ele critica os médicos que lucram com o aborto ilegal, cobrando mais de R$ 3 mil para fazer o procedimento em seus consultórios. O obstetra então denuncia um desses médicos de Pernambuco que, mesmo católico, lucra com a prática.
"Um dos médicos mais ricos de Pernambuco, que é muito católico, faz aborto e toda sociedade sabe. Mas ninguém vai prender porque ele atende as amantes dos deputados e senadores. Se atendesse pessoas pobres, estaria preso", continuou.
O médico, que atua há cerca de 30 anos como obstetra no Brasil, foi excomungado pela Igreja Católica por conta de outro caso, de uma criança de 9 anos, grávida de gêmeos, abusada sexualmente pelo próprio padrasto.
Mesmo revoltando as autoridades religiosas locais e sendo ele próprio batizado pela Igreja Católica, o obstetra afirmou nunca ter duvidado de que interromper a gravidez seria o mais correto a se fazer.
Assista ao vídeo: