Um vídeo revelado pelo Fantástico neste domingo (16) denunciou o morador de um condomínio na capital paulista (SP) que, incomodado com o barulho de uma obra executada em seu prédio, atacou os trabalhadores da reforma com gás pimenta, que é altamente tóxico.
Os pedreiros Paulo César, Jairo e Maurício, relataram ter escutado o barulho de um spray sendo ativado e, em seguida, puderam sentir o cheiro de produto químico dissipando no ar através de uma nuvem branca que tomou conta do ambiente. A substância foi introduzida por baixo da porta do apartamento em obras.
Os trabalhadores tentaram se proteger da intoxicação, sem sucesso, cobrindo o rosto com as respectivas camisetas usadas na hora do ataque, mas a alta exposição ao produto químico resultou em sangramento nasal, náuseas e vômito de sangue, como relatou o ajudante geral, Maurício José da Silva, em entrevista para o fantástico.
A polícia ainda apreendeu dois frascos do produto tóxico ilegal no apartamento do morador identificado como Wilson Moreira da Costa Jr. (69), que alegou ter comprado as toxinas durante uma viagem aos Estados Unidos. O condômino ainda afirmou que a substância seria para defesa pessoal.
Um professor de Engenharia Química da FEI (Fundação Educacional Inaciana “Padre Sabóia de Medeiros”), Ronaldo Gonçalves, explicou durante a reportagem do Fantástico que o gás se tratava de um forte repelente inseticida.
Contradizendo o acadêmico, Wilson disse se tratar, na verdade, de um gás de pimenta não intoxicante, que foi classificado pelo especialista entrevistado como “tóxico, perigoso e cancerígeno”, danoso o suficiente para levar os infectados à óbito.
Os operários da obra afirmaram ao programa não ser a primeira vez que o morador intolerante tenta intoxica-los, na tentativa de frear a obra, mas sim a terceira ofensiva.
“Quando eu me deparei com o barulho, eu falei ‘acho que o Sr. Wilson está jogando veneno na gente de novo.’”, contou ao Fantástico o encarregado da obra, Paulo César da Costa.
Quando questionado pelo programa, Wilson afirmou não ter tentado colar a porta do apartamento reformado, para que os pedreiros não pudessem sair, contradizendo as próprias filmagens das câmeras de segurança, que flagraram o idoso tentando colocar algo na passagem, a deixando completamente danificada.
Roberto Pereira, síndico e dono do apartamento, também foi entrevistado pela reportagem, onde afirmou que Wilson era residente do condomínio há muito tempo e já vinha dando problemas para o prédio.
Juristas procurados pelo Fantástico afirmaram que o ataque do idoso pode acarretar em expulsão do prédio, sob a premissa de o condômino ser antissocial, sendo afastado do apartamento por não saber utiliza-lo dentro das normas de segurança do condomínio.
A polícia declarou que Wilson pode ser indiciado pelos crimes de lesão corporal e exposição à vida ou saúde de terceiros.
Quando questionado pela reportagem, o agressor afirmou não estar arrependido de suas ações e também confessou que não faria nada diferente.