O médico veterinário Flávio Graça, que é fiscal da vigilância sanitária e foi agredido por um casal bolsonarista em um bar no Rio de Janeiro, no último sábado (4), afirmou que não foi atingido pelo ocorrido. "Estou representando o estado para proteger a vida deles", disse.
Ao realizar a fiscalização de um bar e punir o estabelecimento por não cumprir as normas de distanciamento devido à pandemia, Graça, que tem mestrado e doutorado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi agredido por um casal de clientes.
Após um homem questionar Graça sobre "como ele mediu as pessoas", sua esposa tentou intimidá-lo: "Cidadão não, engenheiro civil, formado, melhor do que você”. Depois da reprodução da cena em reportagem do Fantástico, a mulher foi demitida pela empresa onde trabalhava.
Em entrevista ao jornal Extra, contudo, Graça afirmou que não se sentiu intimidado e criticou o comportamento do casal. O fiscal contou que sempre registra a situação dos locais com o celular, para dar legitimidade, e começou a ser atacado quando iniciou as filmagens. "Eles vieram e disseram que eu não tinha direito de gravá-los e pediram direito à imagem. Logo em seguida, falaram que iriam anotar o meu nome", disse.
"Aquelas agressões não me atingiram, porque ali estou representando o estado para proteger a vida deles", considerou Graça. O fiscal também contou que um dos clientes tentou se apresentar como advogado e pedir para a Polícia Militar para levá-lo à delegacia, mas os PM's afirmaram que a Vigilância Sanitária não estava fazendo nada de errado.
Graça também considerou que a ideia do "com quem você está falando", reproduzida pela moça que o atacou com base na formação do marido, não faz mais sentido no Brasil. "Todo cidadão contribui com seus impostos para justamente nós o protegermos. Esse foi o princípio da cidadania que eles não exerceram. Ela achou que cidadão é ofensa e não é. Quando eles falam aquilo, não nos atingem. Todos são formados e com curso superior. Ficou feio para ela, para a imagem do carioca", afirmou.