O agropecuarista Edio Nogueira, dono de fazendas em Paranatinga, no interior do Mato Grosso, foi quem mais desmatou na Amazônia nos últimos meses. Uma de suas empresas, a Agropecuária Rio da Areia, atendia alguns dos maiores frigoríficos do país, como a JBS, a Marfrig e a Minerva.
De acordo com reportagem da revista Veja, Nogueira está sendo processado por ter desmatado quase 24 mil hectares de mata nativa em uma de suas fazendas, a Cristo Rei. Em março, ele foi multado em R$ 50 milhões pela prática, maior multa ambiental aplicada pelo governo nos últimos meses.
Para abrir pastos e lavouras na propriedade, Nogueira utilizou aeronaves para despejar gigantescas quantidades de agrotóxico no local. O produto químico foi responsável por facilitar a propagação de fogo no local e, com isso, "limpar" a área.
A fazenda também está em uma área reivindicada na Justiça pela etnia indígena Ikpeng, que foi expulsa do local pelos irmãos Villas Boas na época da criação do Parque do Xingu.
Em nota enviada à Veja, a Minerva afirmou que a última aquisição feita por ela da fazenda de Nogueira ocorreu em 2015. Já a JBS declarou ter feito negócios no ano passado com a Rio da Areia. A Marfrig, por fim, respondeu que não compra gado do fazendeiro desde 2017.