Diversos estudos e especialistas apontam para um aumento de manifestações e denúncias de antissemitismo no Brasil ao longo dos anos, com um agravamento no período da pandemia de coronavírus. É o que aponta o relatório "O antissemitismo durante o governo Bolsonaro: 18 primeiros meses" do Observatório Judaico de Direitos Humanos no Brasil Henry Sobel.
O documento também lista ações antissemitas e intolerantes que ocorreram no país, inclusive de políticos, desde o começo de 2019. Entre os estudos reunidos pelo observatório está o da Safernet. A ONG que promove direitos humanos nas redes sociais e monitora sites radicais registrou a criação de 204 novas páginas de conteúdo neonazista no país em maio deste ano, número sete vezes maior do que o registrado em 2018.
Observatório também discute uma pesquisa global divulgada em junho pela Anti-Defamation League (ADL), que aponta um crescimento dos brasileiros que nutrem algum sentimento antijudaico de 19% em 2019 para 26% neste ano. O mesmo estudo aponta que, entre mil brasileiros entrevistados, 70% consideram que os judeus são "mais leais a Israel do que ao Brasil", 68% acreditam que judeus "falam demais sobre o Holocausto" e que 38% dizem que judeus "têm poder demais no mercado financeiro".
O levantamento do observatório será lançado nesta terça-feira (21) em debate virtual às 19h, com Michel Schlesinger, rabino da Congregação Israelita Paulista (CIP), Fernando Lottenberg, presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib), Jayme Brener, diretor do Observatório, e Adriana Dias, doutora em Antropologia Social, pesquisadora do neonazismo no Brasil e colunista da Fórum.
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