Manifestante demitido após enfrentar fascistas reitera acusação de perseguição

Emerson Osasco divulgou cópia de conversa em que gerente questiona participação no protesto

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Emerson Vitalino, o Emerson Osasco, demitido depois de se tornar um dos símbolos dos protestos contra o fascismo e o racismo em São Paulo, voltou a acusar a Softtek de perseguição política. Em publicação no Facebook, neste sábado (13), ele mostrou que a sua presença na manifestação foi alvo de questionamento dentro da multinacional de desenvolvimento de software.

"Essa semana fui surpreendido com uma nota da empresa Softtek divulgada na imprensa afirmando que minha demissão se deu porque me foi oferecida “outra modalidade contratual”, e que eu não teria aceitado. Isso não é verdade", escreveu Emerson.

"A empresa deturpa a narrativa de que fui perseguido por minhas posições políticas diante de uma emergência social. Ao invés de assumir seu erro, a empresa reproduz uma lógica histórica de distorcer a realidade e tenta me colocar na condição de mentiroso", completou o desenvolvedor de software, que também integra a torcida Gaviões da Fiel, envolvida no protesto.

Emerson compartilha com a mensagem uma imagem de uma conversa no grupo de WhatsApp dos funcionários da Softtek, ocorrida no dia em que foi demitido. "Foi dar rolê na paulista domingo?", pergunta um telefone identificado como Mauro Gerente. "Cuidado Mauro, o mano é das luta louca", debocha Danilo, aparentemente um colega de equipe.

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"No dia 1 de junho, o dia do meu desligamento, fui questionado em um grupo de WhatsApp da empresa sobre a minha participação no ato. A mensagem foi enviada por um dos gerentes da empresa no grupo de prestadores de serviço envolvidos no trabalho com a rede de hipermercados Big. Apenas esse print já é capaz de mostrar que, horas antes da minha demissão, a minha participação no ato já era um assunto no corpo diretivo da empresa", disse Emerson, destacando ainda que a imagem é a primeira de outras provas que serão enviadas à Justiça.

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No último dia 31 de maio, Emerson enfrentou sozinho e de punho erguido uma roda de bolsonaristas na av. Paulista.