Polícia Civil conclui inquérito de morte em supermercado e indicia cliente por homicídio

O empresário Danir Garbossa, que se recusou a usar máscara e começou o tumulto, foi indiciado por homicídio qualificado

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De acordo com o site Banda B, a Polícia Civil concluiu na última sexta (8) o inquérito sobre a o incidente no hipermercado Condor, em Araucária, Região Metropolitana de Curitiba, que terminou na morte da fiscal de loja Sandra Ribeiro.

O empresário Danir Garbossa, se recusou a usar máscara e começou o tumulto, foi indiciado por homicídio qualificado com dolo eventual, quando o envolvido assumiu o risco de matar. O delegado responsável pelo caso entendeu que o vigilante Wilham Soares, autor do disparo que atingiu a funcionária, agiu em legítima defesa.

Garbossa foi indiciado por outros seis crimes. “Ele foi indiciado pelo crime de infringir medida sanitária preventiva; por duas lesões corporais, uma contra o vigilante e outra contra um funcionário do estabelecimento; injúria, pois ele ofendeu verbalmente algumas pessoas ali; perturbação do sossego e do trabalho alheio”, disse o delegado Tiago Wladyka, responsável pelo processo.

Sobre o crime de homicídio qualificado, o delegado diz que Garbossa “deu causa ao resultado” ao entrar abruptamente no mercado, agindo de forma violenta e atacando um vigilante armado e uniformizado.

“Se ele chega no mercado, coloca a máscara e entra normalmente, nada disso teria ocorrido. Entendo que ele assumiu o risco de acontecer uma tragédia da forma como agiu. E qualificado, porque dentro do mercado há grande circulação de pessoas e isso gerou um perigo comum”, afirma Wladyka.

Sobre o não indiciamento do vigilante, o delegado defende que o funcionário agiu em legítima defesa. Um prontuário médico atestando que Garbossa apresentava uma lesão na mão, imagens de câmeras de segurança e relatos de testemunhas apontam que o empresário tentou tirar a arma da mão do segurança e isso reforçaria a tese de legítima defesa. A defesa nega a tentativa.

O advogado que defende Danir Garbossa, Ygor Nasser Salah Salmen, informou, por nota, que seu cliente continua à disposição das autoridades e que vai responder o que fez “na medida da sua culpabilidade, nada mais”.

O advogado já esperava o indiciamento, mas conta, ainda, com as imagens da câmera de segurança, que não foram “O que essas imagens revelam e que as pessoas não podem saber?”, questiona a nota.

Igor José Ogar, advogado que representa a família da fiscal de loja Sandra Ribeiro, disse em entrevista à Banda B que a conclusão do inquérito foi recebida de forma muito positiva. “Ele coaduna com tudo aquilo que já alegávamos. Em relação ao sr. Danir, estamos totalmente favoráveis e de acordo”, afirmou.

A confusão que matou a fiscal de loja Sandra Ribeiro aconteceu no dia 28 de abril. Danir Garbossa teria se recusado a colocar máscara para entrar no estabelecimento, como determina decreto da Prefeitura de Araucária para controle da pandemia de coronavírus. Câmeras de segurança mostram o momento em que Garbossa agride o vigilante Wilham Soares, que reage com disparos de arma de fogo. Um dos disparos atinge Sandra.

O desembargador Clayton Camargo, do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), negou o pedido de habeas corpus de Garbossa. Com a decisão, o empresário segue preso na Delegacia de Araucária.