O Ministério Público determinou à Corregedoria da Polícia Militar que passe a investigar os organizadores do baile funk DZ7, de Paraisópolis, como eventuais responsáveis pelo assassinato de nove jovens no fim do ano passado. A medida, portanto, isenta os policiais militares de responsabilidade pela ação na favela e massacre.
O promotor Edson Corrêa Batista pediu para que sejam juntadas ao inquérito as atas de reunião do Conselho de Segurança (Conseg) de 2019 sobre a região onde ocorre o baile de Paraisópolis, “a fim de se identificar os seus participantes, bem como a temática discutida em tais encontros, notadamente a questão envolvendo a aglomeração de pessoas em via pública durante os chamados ‘bailes funk’”.
O MP também solicitou vídeos do "momento da turba” e anúncios feitos envolvendo “o malfadado ‘baile da DZ7’”, também com o objetivo de “serem identificados os responsáveis pela organização do evento”. O procurador também solicita informação “acerca da existência de eventual autorização para a realização do ‘baile’ por qualquer das autoridades públicas legitimadas para tanto (ex.: Prefeitura, CET, PMESP)”.
No começo deste mês, a Procuradoria considerou como lícita a ação dos PMs na comunidade e pediu arquivamento do inquérito que apurava crime militar. A Polícia Civil, no entanto, continua a investigação e pode concluir que houve participação dos PMs nas mortes dos jovens.