Embora a Constituição de 1988 tenha artigos específicos para proteger as comunidades indígenas em isolamento e o seu direito ao não contato com a civilização, a realidade não é bem assim.
Missionários evangélicos vêm trabalhando nas áreas indígenas à margem da lei há muito tempo, e já atuam em ao menos 13 dos 28 povos isolados conhecidos pela Funai, segundo levantamento realizado pelo jornal O Globo, junto com o Ministério Público Federal.
A situação tende a se agravar com a nomeação do ex-missionário evangélico Ricardo Lopes Dias como coordenador-geral de proteção a índios isolados e de recente contato, área da Funai para tratar especificamente com essas comunidades.
Em entrevista ao jornal carioca, o indigenista Sydney Possuelo, ex-presidente da Funai, afirma que “a aproximação de missionários, mesmo que com o melhor sentimento, representa risco de saúde para os povos isolados”.