O estudante de filosofia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Clayton Tomaz de Souza, conhecido como Alph, foi encontrado morto com marcas de tiros e teve o corpo identificado pelo pai na segunda-feira (17). Ele estava desaparecido desde o dia 6 de fevereiro, após realizar uma série de denúncias contra os seguranças terceirizados da universidade federal.
Natural de Pernambuco, Alph era uma voz ativa do movimento estudantil da UFPB. O estudante já foi membro do Diretório Central dos Estudantes da universidade, do Centro Acadêmico de Filosofia da mesma instituição e do Conselho Superior Universitário.
Segundo relatos no grupo da universidade no Facebook, Alph denunciava os abusos cometidos pelos guardas da UFPB, em especial contra estudantes pobres e negros, e sofria ameaças dos funcionários desde 2016. O estudante afirma em outra publicação que protocolou na ouvidoria da UFPB uma denúncia sobre as ameaças que sofria dos guardas dentro do campus
Em vídeo publicado no dia 29 de janeiro deste ano, pouco tempo antes de desaparecer, Alph declarou: "O fato é que a minha vida está em risco, galera. Qualquer hora dessas esses caras dão cabo de mim. Se eu aparecer morto, foram eles”.
Outras publicações compartilhadas pelos estudantes no grupo mostram a denúncia constante de Alph contra os seguranças. “Se eu chegasse aqui na universidade de carro, vocês acham que eu seria perseguido por eles?”, questiona ele em um dos vídeos.
“Fui ameaçado pela guarda armada, temo pela minha segurança, pelo meu bem estar, mas jamais me calarei, mesmo eles querendo me fazer o mal…”, escreveu o estudante em uma outra postagem.
Em outra denúncia, o jovem escreveu: “guardinha terceirizado achando que é polícia, jurando que serve a um Estado. Ameaça minha pessoa, e a UFPB finge não ver. Meu sangue vai aspirar mãos de vocês, quando eles fizerem o que tanto dizem que farão, a mim e a outros e outras”.
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