Quem se inscreveu para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 e acompanha o noticiário sobre a prova viveu fortes emoções nesta sexta-feira (11). O ministro da Educação, Milton Ribeiro, declarou em entrevista que as notas do teste não seriam usadas para a concorrer a uma vaga nas universidades e institutos federais no primeiro semestre de 2021.
Segundo ele disse à TV Asa Branca, afiliada da rede Globo em Pernambuco, na última quinta-feira (10), o Sistema de Seleção Unificado (Sisu), que dá acesso a vagas nessas instituições, seria marcado para o final de janeiro, antes da divulgação dos resultados do Enem. Ribeiro declarou que os estudantes deveriam usar as notas de edições anteriores para o Sisu.
A fala levou entidades estudantis e especialistas a questionarem qual seria, então, a utilidade de fazer o exame. Diante de uma pandemia, com riscos de contaminação aos concorrentes, e sem poder usar seu resultado no primeiro semestre. Entenderam que ele ficaria esvaziado.
A polêmica levou a assessoria de imprensa do MEC a desmentir o próprio titular da pasta, em uma nota divulgada às 18h30 desta sexta-feira. Ela diz: “O processo seletivo do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), previsto para ocorrer em abril, exigirá dos candidatos a nota do Enem de 2020, cujas provas ocorrerão em janeiro de 2021”.
Se o que prevalecer for o que o MEC escreveu, estudantes que terminaram o ensino médio neste ano poderão concorrer a uma vaga nas federais já no 1º semestre. No entanto, se o ministro insistir em seu calendário, a tendência é, de fato, o exame ficar esvaziado.
As provas do Enem estão marcadas para os dias 17 e 24 de janeiro, na versão impressa. Já na digital, elas ocorrem em 31 de janeiro e 7 de fevereiro. A expectativa é que os resultados sejam divulgados em março.
Fies e Prouni
O que parece que está certo é que as notas do Enem 2020 não serão usadas para os processos de financiamento estudantil em instituições particulares no 1º semestre.
Na nota em que contradisse seu titular, o MEC escreveu: “em razão do adiamento da aplicação das provas do Enem de 2020, cujo resultado será divulgado em março de 2021, os processos seletivos do Programa Universidade para Todos (Prouni) e do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), edições do 1º semestre de 2021, exigirão dos candidatos notas de edições do Enem anteriores à edição de 2020”.
Isso porque, de acordo com a pasta, como o início das aulas nas instituições de ensino superior privadas está previsto para ocorrer a partir de fevereiro, poderia haver prejuízo para quem já tem resultados anteriores. Para o Prouni, será usada a nota do Enem de 2019 na primeira edição de 2021. Já para o Fies, a exigência continua sendo para utilização das notas das edições mais recentes do Enem, desde 2010.
“Para atender a todos os estudantes que concluirão o ensino médio este ano, o Ministério da Educação prevê a abertura dos processos seletivos do Prouni e Fies, 2ª edição 2021, logo na sequência da realização do Sisu, ou seja, após a divulgação do resultado do Enem”, escreveu a assessoria do MEC.