Aconteceu na madrugada desde sábado (28) mais um desses “casos isolados” que costumam suceder sempre a pessoas negras. O muralista e artista plástico NegoVila Madalena tentou interceder em uma briga que ocorria em frente a um comércio de bebidas e acabou sendo assassinado a sangue frio por um policial.
O homicídio ocorreu nas proximidades da distribuidora Royal Bebidas, local que fica na Vila Madalena, zona oeste da cidade de São Paulo.
Segundo as testemunhas ouvidas por reportagem da Folha de São Paulo, o caso começou com uma briga entre um policial e um amigo de NegoVila Madalena (nome artístico de Wellington Copido Benfati), que tentou acalmar os ânimos quando a discussão entre os dois, mas acabou levando um soco no rosto dado pelo policial, o qual ele revidou.
A reação do policial foi ainda mais violenta, segundo as mesmas testemunhas da Folha (que preferiram não se identificar, por questões de segurança): ele sacou a arma e deu um primeiro tiro pro alto, a provocando dispersão dos presentes. NegoVila também tentou fugir, mas tropeçou enquanto corria, o que permitiu ao policial se aproximar e disparar um único tiro, que acabou com a sua vida.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, do governo de João Doria (aliado de Bruno Covas) informou que o policial militar envolvido no caso estaria detido, e que o caso está sendo investigado.
NegoVila Madalena tinha 40 anos de idade e deixa uma filha menor de idade. A irmã do artista, Tatiane Cristina Benfati, afirma que ele chegou morto ao Pronto Socorro da Lapa, onde seria atendido. Para ela, não há dúvidas de que a morte do seu irmão foi um caso de racismo.
“O racismo é algo que existe, né, no Brasil. O cara que matou meu irmão é branco. Ele nunca viu meu irmão na vida dele. Ele não tinha nenhum motivo para fazer isso”, comentou.