Os trabalhadores brasileiros vão receber, em média, 6,6% a menos no 13º salário neste ano. O cálculo é da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A entidade aponta que o valor médio a ser pago em 2020 será de R$ 2.192,71, ante os R$ 2.347,55 verificados no ano passado.
Segundo o estudo da CNC, o pagamento do 13º salário deve injetar R$ 208,7 bilhões na economia brasileira neste ano. Descontada a inflação, esse valor fica 5,4%. Essa seria, então, a maior queda real desde o início do acompanhamento realizado pela entidade, em 2012.
O levantamento da CNC leva em consideração dados como a massa salarial dos trabalhadores formais da iniciativa privada, do setor público, empregados domésticos com carteira de trabalho assinada. Também inclui os beneficiários dos Regimes Geral e Próprio da Previdência Social
Motivos
Em uma nota sobre o estudo, o presidente da CNC, José Roberto Tadros, aponta a queda expressiva na atividade econômica e o avanço da informalidade como fatores que contribuíram para essa queda. “Além dos inevitáveis efeitos sobre o mercado de trabalho, decorrentes da recessão, a queda também é impactada pelas medidas de preservação dos empregos”, afirmou ele na nota.
A MP 936 regulamentou a redução da jornada, proporcional ao salário, e a suspensão temporária do contrato de trabalho. Segundo dados do Ministério da Economia, entre abril e agosto foram firmados 16,1 milhões de acordos entre patrões e empregados no âmbito dessa medida provisória. A predominância foi de suspensão do contrato de trabalho (7,2 milhões) e redução de 70% da jornada (3,5 milhões).
O economista da CNC Fabio Bentes, responsável pela pesquisa, explicou na nota como esses acordos impactam no valor do 13º. “Em caso de suspensão do contrato de trabalho, o desconto no 13º salário será proporcional ao período não trabalhado. Quanto maior a suspensão do contrato de trabalho, maior será o desconto”, escreveu.