Bolsonaro destrata homem que pediu, de maneira educada, redução no preço do arroz

Calmo, cidadão abordou Bolsonaro e pediu "por favor" para que o presidente intervisse no preço do arroz, que registrou altas históricas, mas capitão da reserva foi intolerante: "Vai comprar na Venezuela"; assista

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Como de praxe, o presidente Jair Bolsonaro tirou este domingo (25) para passear pelas ruas de Brasília e, sem máscara, mais uma vez, causou aglomerações. Em um momento que caminhava pela Feira Permanente do Cruzeiro, próximo à região central da capital federal, um homem abordou educadamente o capitão da reserva para falar sobre o preço do arroz, que registrou altas históricas este ano.

"Bolsonaro, baixa o preço do arroz, por favor. Não aguento mais", disse o cidadão. O presidente, como de costume, agiu de maneira ríspida e intolerante: "Quer que eu tabele, eu tabelo. Aí você vai comprar lá na Venezuela".

Assista ao momento em vídeo registrado pelo site Poder 360.

https://twitter.com/SamPancher/status/1320406697081491457

Alta nos alimentos

Os preços dos alimentos não pararam de subir em setembro. Em São Paulo, por exemplo, A Associação Paulista dos Supermercados (Apas) constatou aumentos de 30,62% nos preços do óleo de soja e de 16,98% no arroz. Tais variações puxaram a inflação dos supermercados do estado de São Paulo para 2,24%. A alta é a maior para um setembro desde o início do Plano Real, segundo a Apas.

Em agosto, quando os aumentos desses dois itens já chamavam a atenção dos consumidores, ele havia ficado em 0,90%. A aceleração em setembro levou o índice a acumular alta de 8,30% entre janeiro em setembro e de 12,01% em 12 meses.

Os dois principais “vilões” no ano são mesmo óleo de soja e arroz, que subiram 61,75% e 47,04% nos supermercados neste ano, respectivamente. Na análise da Apas, os dois produtos estão impactados pela alta do dólar. Ambos são commodities internacionais e houve aumento de até 40% da moeda norte-americana nos últimos seis meses. “Também há uma demanda internacional muito aquecida, principalmente da China pela soja”, diz a associação.