A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) vai lançar na próxima terça-feira (27), o Ano Comemorativo Celso Furtado com o objetivo de comemorar o centenário do economista que trouxe grandes contribuições para o pensamento econômico e social brasileiro. Entre as atividades previstas está a realização de um congresso internacional.
A cerimônia de lançamento vai ocorrer de forma virtual às 13h30 com o descerramento de painel fotográfico, no hall do Pavilhão João Lyra Filho, campus Maracanã, com transmissão ao vivo pelo canal da TV Uerj no YouTube. O evento contará com a participação do reitor, Ricardo Lodi Ribeiro, da pró-reitora de Extensão e Cultura, Cláudia Gonçalves; e da jornalista Rosa Freire D`Aguiar, viúva de Celso Furtado, que falará diretamente da França.
Além disso, a Uerj programou o “Congresso Internacional Celso Furtado 100 Anos”, de 3 a 7 de novembro, que contará com personalidades de vários lugares do mundo. Entre elas a ex-presidente da República, Dilma Rousseff, o ex-ministro de Relações Internacionais, Celso Amorim, além de professores e pesquisadores da França, Portugal, México, Argentina, Angola, EUA e Brasil, de diferentes áreas do conhecimento.
O intelectual, que completaria 100 anos em 26 de julho de 2020, teve mais de 30 livros publicados, traduzidos para 12 idiomas. Os mais renomados são “Formação econômica do Brasil” (1959), “Desenvolvimento e subdesenvolvimento” (1961) e “O mito do desenvolvimento econômico” (1974). Furtado passou por diversos ministérios e foi diretor da Comissão Econômica para a América Latina (Cepal).
Para a pró-reitora de Extensão e Cultura da Uerj, Cláudia Gonçalves, as ideias de Celso Furtado sobre o desenvolvimento econômico e o subdesenvolvimento inauguram o papel do Estado na economia. “Ele descreve a evolução da economia brasileira como paradigma latino-americano. Uma análise da estrutura produtiva a partir de cada período histórico da sociedade, dando ênfase a conceitos que colocam as relações entre os países centrais industrializados e os países periféricos dentro da economia internacional”, declarou.
Segundo Gonçalves, o evento é de grande relevância para a universidade brasileira. “Em tempos de guerra cultural, de ataque ao Estado, de teses tão midiáticas de que o bom é o privado, o pouco Estado; elevar o pensamento da análise de Celso Furtado é fazer uma disputa de narrativas e efetivamente consolidar uma outra forma de ver o mundo”, ressalta.
O “Congresso Internacional Celso Furtado 100 Anos” é organizado pela Pró-reitoria de Extensão e Cultura (PR-3), o Núcleo de Identidade Brasileira e História Contemporânea (Nibrahc), Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), Programa de Pós-graduação em História (PPGH), Centro Internacional Celso Furtado (Cicef) e o Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas Estaduais do Rio de Janeiro (Sintuperj).