Agatha foi a 16° criança baleada este ano no Rio

Cinco jovens menores de 12 anos, incluindo Agatha e um bebê dentro da barriga da mãe, morreram em 2019 em decorrência de tiros, aponta o projeto Fogo Cruzado

Interior da Kombi onde Agatha foi atingida coberto de sangue (Reprodução/Twitter)
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Segundo o Fogo Cruzado, um laboratório de dados sobre violência, o assassinato da menina Agatha Félix, de 8 anos, que morreu após ser atingida por tiro de fuzil da Polícia Militar enquanto voltava para casa com sua família, foi o 16º episódio em que uma criança foi baleada no Rio de Janeiro apenas este ano. A morte da jovem gerou revolta nas redes e vai mobilizar protesto em frente a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro contra a política genocida de Witzel. "Agatha (8 anos) - foi a 16º criança baleada este ano no Grande Rio - a 5º que não resistiu aos ferimentos e morreu. Ela estava com o avô numa kombi quando foi atingida nas costas, ontem, no Complexo do Alemão", publicou o Fogo Cruzado que listou ainda 12 casos de crianças com menos de 12 anos que foram vítimas de tiros no estado. Cinco, incluindo Agatha e um bebê dentro da barriga da mãe, morreram. Mais de 1000 outras mortes, principalmente de negros e pobres moradores de comunidades, foram registradas em 2019 em decorrência de operação policial. Elas vem aumentando desde que Wilson Witzel assumiu como governador do Rio de Janeiro. Witzel é entusiasta de uma política de segurança agressiva, e causou polêmica ainda no ano passado, quando disse que a polícia sob seu comando vai “mirar na cabecinha e fogo”. Ele já chegou, inclusive, a lamentar por não poder disparar mísseis em comunidades do Rio. Na manhã deste sábado, moradores do Alemão fizeram um protesto em razão da morte de Agatha e de outros jovens negros. Pelas redes, a hashtag #ACulpaEDoWitzel ganhou repercussão. O ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, chamou Witzel de assassino pediu o impeachment do governador.