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Maria Alice Teixeira da Costa, de 76 anos, estava no Hospital Badim na noite desta quinta-feira (12), quando o prédio pegou fogo por conta de um curto-circuito. A idosa está desaparecida desde então e sua filha, Tânia Teixeira, pede ajuda para encontra a mãe. Segundo ela, o hospital não "sabe dar nenhuma informação".
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"Minha mãe está sumida, eu não sei onde ela está. Ninguém sabe dar informação nenhuma", relatou Tânia Teixeira à TV Globo. "Eu preciso achar minha mãe. Pelo amor de Deus. Se alguém souber, eu agradeço".
Maria Alice estava no hospital com uma acompanhante, Gigiane dos Santos, que despencou do terceiro andar do hospital ao tentar deixar o prédio usando uma corda. Ela fraturou os dois tornozelos e vai passar por cirurgia. Segundo o esposo de Gigiane, ela tentou chegar à janela porque não estava mais conseguindo enxergar o ponto de saída em razão da fumaça no local.
"Eles estavam tentando sair, mas falou que já estava muito escuro, muita fumaça. Não estavam conseguindo sair e se aproximaram da janela para pedir socorro", relatou. "Eles fizeram uma corda com lençol, ela jogou a mochila pela janela, pediu ajuda e não sei se ela perdeu as forças, mas ela caiu", completou.
O Hospital Badim pertence à Rede D'Or, responsável pelo hospital onde o presidente Jair Bolsonaro está internado. A rede foi criada pelo cardiologista Jorge Moll, denunciado por contratos irregulares que somam R$ 1 bi, e já teve em sua vice-presidência o médico Sérgio Cortez, ex-secretário de saúde de Sergio Cabral, que participou da "farra dos guardanapos" em Paris e chegou a ser preso na Lava Jato.
Noite de terror
Até as 11h desta sexta-feira, cinco dos 11 mortos foram identificadas, todos idosos. O filho de uma das vítimas, Emanoel Santos Melo, disse que a mãe foi "assassinada". Luzia Santos Melo, de 88 anos, foi a primeira vítima a ser identificada do incêndio no hospital Badim. O filho relatou que, antes do incêndio, houve uma falta momentânea de energia no hospital e 20 minutos depois, uma explosão, seguida de cheiro de óleo diesel. As equipes começaram então a remoção dos pacientes. Segundo Emanoel, não havia máscaras para proteger os pacientes da fumaça.
"Eles queriam tirar minha mãe sem máscara. Aí eu fiquei doido. Falei que precisava ter uma máscara. O que é isso? Aí, eu percorri a área onde fica a enfermagem. Estava tudo abandonado já e encontrei uma só. Coloquei na minha mãe. Tirei a camisa que usava e tapei o rosto para poder sair. Não tinha ninguém orientando. Nós que fomos procurar a saída. Minha mãe estava no box 2. Por estar longe da saída, ela praticamente foi a última a ser retirada do CTI", contou, em entrevista ao jornal Extra. Moradora da Tijuca, a auxiliar administrativa Ana Cristina Monteiro foi surpreendida no início da noite de quinta-feira por uma ligação da mãe, Ana Maria Monteiro, que estava internada há apenas dois dias no CTI da unidade por complicações de uma trombose na perna. A familiar chegou às pressas ao hospital e encontrou a mãe do lado de fora em uma cadeira de rodas, em um cenário que ela descreve como uma "noite de terror".