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Pelas redes sociais, docentes e alunos da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) criticaram nesta quarta-feira (11) a decisão tomada pelo Conselho Universitário (CO) da instituição de fundir os departamentos de Artes Cênicas e Artes Visuais. Essa junção está sendo vista como um desmonte e uma forma de acabar com os cursos. A universidade diz que a mudança faz parte de uma reforma acadêmica ampla, que está em discussão há mais de um ano.
Publicações feitas por professores no Facebook e no Instagram dão conta da insatisfação dos integrantes desses cursos. Uma docente de Artes Cênicas publicou que o objetivo "é a precarização da universidade pública, o fortalecimento de programas de educação à distância e o fechamento dos cursos". Segundo ela, 40 fusões já foram determinadas, representando um "grande retrocesso para autonomia das áreas e das linguagens artísticas".
A professora destaca ainda que isso é fruto de um processo mais antigo. Na decisão que definiu "uniões departamentais compulsórias", foi usado como o argumento o fato desses departamentos terem menos de 10 professores, mas ela alerta que isso tem como origem a diminuição das contratações de docentes para os cursos.
"Um projeto transdiciplinar não se consegue com medidas administrativas autoritárias passando por cima de professores e suas linhas pedagógicas", ressalta.
Foi convocada pelo Diretório Acadêmico Manuel Bandeira uma Assembleia extraordinária e emergencial no Instituto de Artes da Unesp, para quinta-feira (12), com o objetivo de debater a medida. Duas rodas de conversa também foram organizadas com o objetivo de debater o processo.
"O IA está sendo duramente afetado com a junção das áreas de artes cênicas e artes visuais. A alegação da reitoria é que todo departamento deve ter no minimo 10 professores contratados para existir. Hoje o DACEFC (dep. cenicas) tem 7 professores e o DAP (visuais) 9. O Instituto pede liberação de contratação de professores para a reitoria há anos que nunca são autorizadas. Ao invés de liberar contratações, a reitoria da Unesp prefere precarizar ainda mais a Universidade, fundindo departamentos e fechando cursos", diz a convocatória da Assembleia.
Em resposta às críticas, a reitoria da Unesp afirmou, em nota, que a reorganização faz parte de reforma acadêmica que tem sido discutida há mais de um ano e não trará prejuízos à autonomia. "A reorganização em curso não acarretará nenhum prejuízo das atividades acadêmicas existentes: todos os docentes continuarão com suas funções normais e todos os alunos continuarão as atividades nos seus respectivos cursos", diz.
Segundo a reitoria, foi realizado um estudo sobre a reorganização departamental com o objetivo de melhorar as suas atividades de ensino, pesquisa e extensão e algumas unidades já realizaram reestruturação e/ou fusão departamental. "A nova arquitetura departamental da Unesp tem por objetivo estimular que docentes com diferentes expertises se aproximem, aumentando a multidisciplinaridade, com reflexos diretos sobre o papel da instituição no mundo atual, melhorando sua interlocução com a sociedade", afirma ainda.
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