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A negação da política, que se materializa no Brasil através de discursos da "nova política" que possibilitou a eleição de Jair Bolsonaro, é acompanhada, em várias partes do mundo, também pela negação da ciência. É neste contexto que cresce em inúmeros países o número de adeptos à "teoria da Terra Plana", que refuta uma das máximas da geografia de que nosso planeta tem formato esférico.
Os terraplanistas brasileiros estão tão organizados que já há data marcada para a 1ª Convenção Nacional da Terra Plana: será no dia 23 de novembro, em São Paulo. O evento vem sendo divulgado nas páginas oficiais da "Flat Con Brasil" e contará, segundo os organizadores, com a presença dos "principais terraplanistas".
Pesquisa Datafolha divulgada no início de julho aponta que 7% dos brasileiros acreditam que a Terra é plana. O número é maior que nos Estados Unidos, onde cerca de 2% da população é adepta da teoria. Outros 5% no país do Tio Sam dizem ter dúvidas sobre o formato do planeta.
Terraplanismo no governo
O escritor Olavo de Carvalho, tido como “guru” de Jair Bolsonaro por ser o seu principal conselheiro, revelou em maio, pelo Twitter, que ainda tem dúvidas quanto ao formato da Terra.
Auto-denominado filósofo e inimigo declarado da academia, Carvalho postou: “Vivem perguntando minha opinião sobre a Terra Plana. Darei essa opinião quando tiver uma. Por enquanto só tenho perguntas”.
A teoria da Terra plana, assim como o movimento anti-vacina, são fenômenos recentes de pensamentos anti-intelectuais em ascensão no mundo inteiro. No Brasil, a principal corrente anti-academia está dentro do próprio bolsonarismo.