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Segundo dados obtidos por pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha no começo do mês de julho deste ano, 11 milhões de brasileiros - cerca de 7% da população - são terraplanistas. É o primeiro levantamento que mostra, em números, o crescimento do movimento que acredita que a Terra é plana no Brasil.
Na pesquisa, realizada com 2.086 entrevistados de 16 anos ou mais em 103 cidades, apenas 90% dos entrevistados afirmaram que a Terra é redonda. Segundo a pesquisa, esse pensamento se torna mais popular conforme o nível inverso de escolaridade: o terraplanismo é mais aceito por pessoas que deixaram o ensino fundamental, enquanto 6% dos que negam o formato redondo do planeta concluíram o ensino médio e 3%, o ensino superior.
O levantamento mostrou que o terraplanismo está se tornando mais popular entre os mais jovens: 7% dos brasileiros com menos de 25 anos acreditam que a Terra é plana, enquanto a porcentagem cai para 4% na faixa etária entre 35 e 44 anos. No entanto, o movimento ainda é mais aceito por pessoas acima de 60 anos (11%).
A pesquisa também apontou que adeptos das religiões católica (8%) e evangélica (7%) são os que mais acreditam na Terra plana, enquanto adeptos de religiões afro-brasileiras como candomblé e umbanda somaram 0% dos terraplanistas.
Em relação aos partidos políticos, o Datafolha mostrou que o maior número de terraplanistas são votantes do MDB (14%), seguido pelos apoiadores do PSL (10%), partido de Jair Bolsonaro. Vale lembrar que o “guru” do presidente, Olavo de Carvalho, expressa várias dúvidas em relação ao formato da Terra.
O número de brasileiros que negam o formato redondo do planeta condiz com outra pesquisa realizada em 2018 nos Estados Unidos, país em que o terraplanismo ganhou força nos últimos anos com conferências regulares e até um cruzeiro para “a beirada da Terra”. Segundo o levantamento do YouGov, 2% dos estadunidenses acreditam na Terra plana, sendo que os jovens abaixo de 25 anos são duas vezes mais propensos a fazer parte do movimento.
Na pesquisa Datafolha, foram entrevistadas 2.086 pessoas com 16 anos ou mais em 130 municípios brasileiros, em 4 e 5 de julho. A margem de erro máxima é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%.