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Após 55 mortes violentas ocorridas em presídios de Manaus (AM) nos últimos três dias, o governo de Amazonas tem usado caminhões frigoríficos para armazenar os corpos, segundo reportagem da Folha de S.Paulo publicada nesta terça-feira (28).
O número de detentos mortos levou a uma superlotação do Instituto Médico Legal (IML). De acordo com a diretora do instituto na cidade, Sanmya Leite, a capacidade é para 20 corpos, mas no momento há 44 aguardando identificação, sendo 39 deles oriundos das quatro unidades prisionais do Amazonas onde foram registradas 40 mortes na segunda-feira (27).
Desses 40, somente um foi identificado e liberado. Os demais passaram pela necropsia e aguardam a conclusão do processo de identificação, informou Leite.
"Os familiares já foram contatados e agora aguardamos apenas a identificação, que será por meio da papiloscopia ou, se preciso, odontologia ou exame de DNA", explicou a diretora.
Os 15 corpos de presos mortos durante uma briga no Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim) no último domingo (26) já foram identificados, todos por meio de papiloscopia, e liberados. Dez deles tiveram como causa da morte as perfurações feitas a partir de escovas de dente e outros cinco foram vítimas de asfixia mecânica. A causa da morte dos outros 40 ainda não foi divulgada.
Chacina
Entre domingo e segunda-feira, 55 presos foram mortos por companheiros em quatro unidades prisionais de Manaus. A violência é atribuída a disputas internas da facção Família do Norte (FDN), que passou a controlar o tráfico de drogas no Amazonas e já havia confrontado e assassinado integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) no início de 2017 dentro de presídios.