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Por Rodrigo Gomes, na Rede Brasil Atual
A prefeitura de São Paulo deve aumentar a tarifa de ônibus de R$ 4,30 para R$ 4,40 a partir de janeiro. O aumento será de 2,33%, abaixo da inflação anual, que está em 3,27%, segundo o IPCA-IBGE. Em janeiro deste ano, o governo Bruno Covas (PSDB) reajustou a tarifa em 7,5%, quando a inflação de 2018 foi de 3,75%, de R$ 4 para R$ 4,30. No acumulado, a tarifa terá aumento de aproximadamente 10% em apenas 12 meses.
O secretário de Mobilidade e Transporte, Edson Caram, confirmou a possibilidade de aumentar o preço da passagem em São Paulo durante reunião do Conselho Municipal de Transportes e Trânsito (CMTT), na manhã desta quinta-feira (19). “Vamos apresentar uma proposta ao prefeito, abaixo da inflação”, afirmou. Caram disse que não vai haver alteração na atual tarifa do Bilhete Único vale-transporte, de R$ 4,57.
A São Paulo Transporte (SPTrans) justificou a necessidade do reajuste, em parte, pela queda na demanda de passageiros do sistema de ônibus. Por diversas razões, de 2018 para 2019 houve redução de 600 mil passageiros por dia. A expectativa é de nova queda em 2020, de cerca de 100 mil passageiros a menos. E também pelo custo da gratuidade para idosos, estudantes e deficientes físicos. O custo total em 2019 é de R$ 3,1 bilhões. Além disso, segundo a SPTrans, a tarifa real do transporte por ônibus deveria ser de R$ 7,26.
A receita tarifária, no entanto, vem crescendo nominalmente, sustentada pelo aumento das tarifas. Em 2017, foram arrecadados R$ 4,7 bilhões com a tarifa de ônibus. Em 2018, foram R$ 4,9 bilhões e este ano a estimativa é de R$ 5,4 bilhões. Ao mesmo tempo, cresce o subsídio à tarifa. De R$ 2,9 bilhões, em 2017, para R$ 3 bilhões, em 2018, e R$ 3,1 bilhões, em 2019. Apesar disso, o governo Covas propôs um orçamento de subsídio em R$ 2,4 bilhões, para 2020, uma redução de R$ 700 milhões em relação a este ano.