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Praias atingidas pelo vazamento de óleo no litoral norte de Alagoas estão recebendo o trabalho de limpeza de 60 reeducandos nesta quinta-feira (24). Os responsáveis pelo mutirão no município de Japaratinga cumprem pena em regime semi aberto e são coordenados pela Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social (Seris), que promove a reinserção de egressos do sistema prisional no mercado de trabalho.
No rastro do crime ambiental nas praias do Nordeste: Ajude a Revista Fórum a mergulhar na realidade dessa grande tragédia
Diogo dos Santos, 35 anos, filho de pescadores, condenado por assalto e agora no regime aberto, é um dos 60 reeducandos que estão trabalhando na limpeza das praias de Japaratinga.
Em entrevista ao repórter Wilfred Gadêlha - que está em caravana pelo litoral do Nordeste para realizar uma reportagem especial para a Fórum sobre os impactos do vazamento de óleo na região - Diogo disse que encara a sua participação na limpeza das praias como uma chance de mostrar que é possível se ressocializar. "Sou apaixonado pelo mar. Só não mergulho porque estou trabalhando", disse.
"Eu sou filho de pescador, meus tios todos são pescadores, e hoje ver a praia dessa maneira é muito triste. Com relação a essa tristeza, eu venho limpar com muito prazer, porque eu quero ver da forma como era antes. Nós somos nordestinos e nunca vamos cruzar os braços para ver o mar dessa forma", acrescentou.
Nesta segunda-feira (24), moradores foram surpreendidos com uma nova remessa de óleo no município, principalmente na Praia de Barreiras. Em entrevista ao portal OP9, o secretário de Turismo da cidade, Joanir Quirino, chegou a reclamar da falta de recursos e apoio do governo federal.
“A gente recebe apoio dos órgãos ambientais do Estado, mas do governo federal, não. Estamos à deriva na questão de recursos, custeando a alimentação e a hospedagem da equipe que atua na retirada do óleo das praias e contando com voluntários”, explicou.
Durante o último final de semana foram retiradas 300 toneladas de óleo e areia contaminada do litoral norte de Alagoas. Ao todo já são 468 toneladas de óleo que chegou às praias de Alagoas e foram descartadas, junto com areia contaminada, no Centro de Tratamento de Resíduos (CTR) do Pilar, Região Metropolitana de Maceió, onde o material ficará isolado para decomposição.