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A desembargadora carioca Marília de Castro Neves, que ganhou notoriedade por espalhar informações falsas sobre a vereadora carioca Marielle Franco, assassinada há dois meses atrás, e por atacar uma professora com síndrome de Down em post no Facebook, voltou a usar as redes sociais de forma polêmica nesta semana.
Investigada pela Corregedoria do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) por manifestações em redes sociais, Marília publicou várias mensagens de apoio ao candidato Jair Bolsonaro (PSL), o que é vedado pelo conselho. Numa das postagens, sugere que o Conselho Interamericano de Direitos Humanos deve "chupar um parafuso até ele virar prego", ao criticar a reabertura das investigações sobre a morte do jornalista Vladimir Herzog, em 1975.
Já os posts em favor de Bolsonaro aconteceram durante a transmissão da entrevista com o candidato no programa Roda Viva, na noite da última segunda (30). "Go Bolsonaro Go!!! Let's make Brazil great again!!! [Vai, Bolsonaro, vai! Vamos fazer o Brasil grande de novo]", escreveu. "Marca a posse", disse em outro post. Para ela, Bolsonaro estava "surrando essa cambada de comunas [entrevistadores]" e mostrando "por que é o mito".
Manifestações de apoio a candidatos e partidos políticos são vedadas pelo Provimento nº 71, editado pela Corregedoria do CNJ em junho O texto veda também ataques pessoais a candidatos, lideranças ou partidos políticos com a finalidade de descrendenciá-los perante a opinião pública, "o que configura violação do dever de manter conduta ilibada ou decoro".
Em outro post, a magistrada diz que o candidato do PSOL, Guilherme Boulos "deveria estar preso". Na quarta (1º), seu alvo foi Ciro Gomes (PDT). "Vou votar no Tiro Gomes e sentar na varanda tocando harpa enquanto ele incendeia o país..."
Em março, após o assassinato de Marielle, a desembargadora compartilhou publicação que acusava a vereadora de "estar engajada com bandidos" e de ter sido eleita pela facção criminosa Comando Vermelho. Ela depois pediu desculpas. Há cinco processos de apuração abertos investigando a conduta de Marília, que podem resultar em punições que vão de advertência a aposentadoria compulsória.
A desembargadora pediu desculpas no caso Marielle, mas ironizou em comentário publicado nesta segunda (30 )a fiscalização sobre sua atuação nas redes. "Estão todos muito ocupados tomando conta do que escrevo no Facebook e do que o Bolsonaro fala sobre os quilombolas", disse ela.