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A maioria dos jovens infratores que cumpriram pena sócio-educativa não frequentavam a escola e poucos deles conseguem emprego após terem passado pela Fundação Casa. Essa é a conclusão do estudo Aí Eu Voltei Para o Corre - Estudo da Reincidência Infracional do Adolescente no Estado de São Paulo, divulgado nesta semana pelo Instituto Sou da Paz, cujo intuito era analisar a eficácia das ações daquela entidade no ressocialização dos menores.
De acordo com o estudo, 86% dos jovens entraram em conflito com a lei por roubo ou tráfico de drogas. Ana Carolina Pekny, pesquisadora do Instituto Sou da Paz, comenta que o artigo 122 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) não prevê a internação de jovens apreendidos por tráfico ou ato infracional grave.
Também segundo o estudo, 67% dos adolescentes entrevistados não frequentavam a escola antes da internação. Após deixaram a Fundação Casa, 30% dos adolescentes não retornaram para as instituições de ensino e apenas 18% conseguiram emprego após a internação. Poucos desses jovens conseguiam falar sobre projetos de vida ou planos para o futuro, segundo a pesquisadora.
Conforme Ana Carolina, quase 70% dos adolescentes estavam foram da escola quando foram detidos. Isso acontece antes dos 14 anos e muitos estavam até cinco anos atrasados na escolaridade ideal. Avolta à escola também é complicada, pois os ex-infratores são estigmatizados e, às vezes, a própria escola nega a matrícula deles. Um terço dos reincidentes nem voltaram à escola.
O documento ainda traz um conjunto de recomendações para a Fundação Casa e para o Estado, visando aprimorar a implementação das medidas socioeducativas. A pesquisa completa pode ser acessada no site do Instituto Sou da Paz.
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