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O jornal Meia Hora, do Rio, chegou às bancas nesta sexta-feira (22) com uma capa comovente. Nela, a linha fina ameaça um texto ameno que diz: “Então, a gente até queria fazer uma capa zoando a Argentina, sacaneando o mole do Peru e torcendo pra que Neymar se preocupe mais com a bola do que com os cabelos, hoje. Mas, num dia em que acontece uma coisa dessas no Rio, simplesmente...”, e o texto é completado em manchete com letras garrafais: “...Não dá”.
Entre a linha fina e a manchete, aparece a foto de Bruna Silva, mãe de Marcos Vinícius, atingido em confronto com a polícia e traficantes na Favela da Maré. O menino estava com uniforme escolar. Na imagem, a mãe exibe a roupa do garoto manchada de sangue diante do corpo do filho.
Várias testemunhas afirmaram que as balas que mataram Marcos Vinícius foram disparadas pela polícia.
“De bandido não tinha troca de tiro na rua. A única coisa que tinha dando tiro dentro da comunidade era o helicóptero de cima para baixo. Não tinha troca de tiro na comunidade[...]. As únicas pessoas que tinham na rua eram eles, porque a rua estava vazia”, afirmou a testemunha.
A testemunha estava na mesma rua em que o jovem e chegou a levá-lo para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em seu próprio carro. A versão contada por ela é a mesma que o menino contou à mãe, antes de morrer.
“Quando cheguei na UPA ele estava com vida. Ele falou ‘mãe eu sei quem atirou em mim, eu vi quem atirou em mim’. Eu falei ‘meu filho, quem foi que atirou em você?’. ‘Foi o blindado, mãe. Ele não me viu com a roupa de escola’”, disse Bruna da Silva, mãe de Marcos Vinícius.
Com informações do Meia Hora e do G1