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[caption id="attachment_130845" align="alignnone" width="1024"] Foto: Divulgação/UFSC[/caption]
Mikhail Vieira de Lorenzi Cancellier, filho do ex-reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Luis Carlos Cancellier de Olivo, que se suicidou após ser preso sem provas, em setembro de 2017, foi indiciado pela Polícia Federal. Ele e mais 22 pessoas estão sendo investigadas em mais uma ação da Operação Ouvidos Moucos, que está há sete meses investigando supostos desvios de verbas de cursos de Educação a Distância (EaD), promovidos pelo programa Universidade Aberta do Brasil (UAB) na UFSC. As informações são do G1.
Vários crimes estão sendo apontados pelo inquérito: concussão, peculato, lavagem de dinheiro, organização criminosa, violação de sigilo funcional, falsidade ideológica, além de outras tipificações. Os 23 são indiciados por crimes diferentes. A Polícia Federal informou que vai mandar para Justiça os nomes e a lista de crimes.
Segundo relatório do inquérito, o filho do reitor foi indiciado porque “não soube explicar a origem de R$ 7.102 transferidos para sua conta por Gilberto Moritz, recursos que foram oriundos do projeto Especialização Gestão Organizacional e Administração em RH, que era coordenado por Luis Carlos Cancellier de Olivo, que também ordenou a despesa do projeto”.
Luis Carlos Cancellier de Olivo sempre negou que tenha tomado medidas para obstruir denúncias em relação à universidade. Ele, inclusive, chegou a dizer que seu afastamento do cargo era “um exílio” e que a prisão “foi traumática”. Cancellier foi preso em 14 de setembro, dia em que a operação foi deflagrada, e liberado no dia seguinte. O reitor foi encontrado morto em um shopping de Florianópolis.
Na época, o irmão de Cancellier, Acioli Antônio Cancellier de Olivo, em entrevista à Fórum, que vários fatos determinaram o suicídi. “Primeiro, ser detido e interrogado durante seis horas por policiais sobre a legalidade de um ato jurídico. Em seguida, foi encaminhado para um presídio comum, já como prisioneiro. A suspensão de seu mandato de reitor foi outro golpe que o dilacerou; acrescido de requintes de crueldade, como a proibição de entrar na UFSC e se comunicar com integrantes da universidade. Como esses fatos devem ter doído, haja vista que a UFSC era tudo para ele, a sua vida, seu orgulho”.