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A jovem cabeleireira Vitória Antunes fez um relato de assédio em público que viralizou nas redes sociais. Ela contou, pelo Facebook e Instagram, que estava em um voo da Avianca de Belo Horizonte para São Paulo na manhã de domingo (11) quando um homem sentou na poltrona ao seu lado e começou a se masturbar.
De acordo com Vitória, as poltronas ao seu lado estavam livres, mas quando as portas do avião se fecharam, o homem resolveu sentar-se ao seu lado para consumar o ato libidinoso.
"Começou a alisar. Aí eu comecei a filmar por que eu sabia que ninguém ia acreditar se eu xingasse ele. Mas aí ele começou a sacudir, a gemer, eu gritei com ele e o comissário pediu para eu trocar de lugar", relatou. A jovem contou ainda que o comissário perguntou se o homem "queria trocar de lugar". Como ele negou, fez a mesma proposta à jovem, que se recusou. O homem então teria voltado ao seu lugar e, ao final do voo, se escondido no banheiro.
Vitória acusa a Avianca de não ter tomado nenhuma atitude. Segundo ela, no momento do desembarque, o comandante veio perguntar a ela se estava tudo bem. Ela teria, então, respondido que não e que o comandante sabia o motivo. Ele teria dito, no entanto, que não poderia fazer nada pois não tinha visto o ato, mesmo com a jovem alegando que tinha filmado.
Assim que deixou o voo, Vitória fez uma reclamação formal na Avianca e divulgou a denúncia, com o vídeo do ato libidinoso, em suas redes sociais. O vídeo em questão, no entanto, vem sendo derrubado pelo Facebook pois foi denunciado como "impróprio" - ela acredita que seja a própria empresa aérea que esteja denunciando o vídeo.
"Não entraram em contato comigo até agora, mas estão empenhadíssimos em tirar minhas publicações do ar", escreveu Vitória, pelo Facebook, na noite desta segunda-feira (12).
A Avianca, por sua vez, divulgou nota informando que investigará o caso. "A Avianca Brasil esclarece que, em relação a ocorrência no voo 6145 CNF-GRU, está investigando internamente o ocorrido e tomará as medidas cabíveis. A companhia reforça que repudia veementemente todo tipo de comportamento inadequado de qualquer indivíduo que voe com a empresa", diz a companhia.
Importunação sexual em espaço público pode virar crime
Conforme noticiado pela Fórum, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou na última quarta-feira (7) um substitutivo da deputada Laura Carneiro (sem partido – RJ) ao projeto de lei 5452/16, da senadora Vanessa Graziottin (PCdoB – AM), que tipifica o crime de divulgação de cenas de estupro, aumenta a pena para estupro coletivo e incluiu na proposta o crime de importunação sexual (também conhecido como assédio), este último oriundo de vários projetos sobre o tema.
Pela proposta aprovada, a importunação sexual em espaços públicos, como ônibus ou metrô, passa a ser crime, com pena de detenção de um a cinco anos. Hoje, esse comportamento é classificado como contravenção penal, punido somente com multa. Entende-se como importunação sexual o ato libidinoso com o objetivo de satisfazer o assediador.
No ano passado, estouraram na imprensa inúmeros casos de assédio em transporte coletivo.