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Briga terminou com dois rapazes mortos a tiros e um terceiro ferido, depois de uma discussão porque os jovens queriam urinar no local.
Da Redação*
A iniciativa da prefeitura de São Paulo, que intensificou a fiscalização para coibir que pessoas urinem nas ruas durante o Carnaval, pode ter sido o estopim de uma briga em um posto de combustíveis da Avenida Rebuças, em Pinheiros, que terminou com dois rapazes mortos a tiros e um terceiro baleado. Todos participavam do desfile de um bloco na região do Parque do Ibirapuera. João Doria (PSDB) deslocou 20 equipes com oito fiscais, para percorrerem os grandes blocos da cidade. O trabalho é acompanhado por agentes da Guarda Civil Metropolitana e o infrator que for pego urinando na rua terá de pagar uma multa de R$ 500,00.
O grupo de rapazes havia saído de um bloco e foi atingido por um funcionário do posto, de bandeira Shell, conforme apontaram testemunhas e as imagens de câmera de segurança. A Polícia Civil decidiu pedir à Justiça a prisão temporária do homem, que não teve a identidade revelada. De acordo com informações oficiais, ele trabalhava como caixa do posto de combustíveis. Testemunhas prestaram depoimento e disseram que a briga ocorreu após parte do grupo fazer xixi em uma área do estabelecimento.
O professor de educação física Bruno Gomes de Souza, 31, morreu após ser levado para a Santa Casa. O metalúrgico João Batista Moura da Silva, 30, foi levado ao Hospital das Clínicas, mas também não resistiu aos ferimentos. O empresário Rodrigo Beralde da Silva, 35, também deu entrada no HC e foi transferido ao Hospital Nove de Julho, onde permanece internado. Segundo a polícia, ele não corre risco de morte.
Bruno, João e Rodrigo estavam com outros nove amigos no Bloco Bicho Maluco Beleza, do cantor Alceu Valença, que se apresentou em frente ao Parque Ibirapuera. Depois do show, eles resolveram seguir para a Avenida Brigadeiro Faria Lima. No caminho, dizem que decidiram parar no posto da Avenida Rebouças, porque um dos amigos estava passando mal.
Já no posto, Fernando Avelino, um dos amigos das vítimas, disse que a confusão começou no momento em que algumas das amigas que estavam no grupo usaram uma área de lixeira do estabelecimento para urinar. O local havia sido indicado, segundo as testemunhas, por funcionários do próprio posto, devido à interdição do banheiro do local.
Quando as mulheres terminaram de urinar, os rapazes foram ao mesmo local, que passou a funcionar como banheiro improvisado. Foi nessa hora que um funcionário do posto chegou e ameaçou trancar um portão da área com os rapazes lá dentro. Começou, então, uma discussão. “Eu disse que trancar lá dentro ele não iria”, disse outra testemunha, que se identificou apenas como Marcelo.
“O subgerente veio e tentou dar um tapa no rosto do meu amigo. Tudo na maior grosseria”, disse Fernando Avelino. “Nisso apareceu um rapaz com a barra de ferro. Ele estava com colete do posto. Foi esse mesmo que sacou uma arma e atirou. Aí, foi um tumulto só”, complementou Avelino, que saiu do local ferido no antebraço.
Imagens de câmera de segurança mostram que, em meio à discussão, um homem com mochila nas costas (que estava sem uniforme, mas se apresentou aos foliões como funcionário do posto) é empurrado por um dos rapazes. O funcionário uniformizado do estabelecimento, então, avança em direção ao grupo com um objeto (segundo os amigos, uma barra de ferro) e agride um dos jovens. Em seguida, ele é atacado por outros integrantes do grupo, leva uma rasteira, cai, sai correndo, tira uma arma da cintura e começa a atirar.
Segundo testemunhas, os amigos baleados sempre faziam atividades juntos. A Polícia Civil adiantou que uma bala foi retirada de um dos corpos e será usada na perícia para atestar de qual arma os disparos foram feitos. Procurada, a administração do posto não respondeu à reportagem.
Eletrocutado
Mais uma tragédia foi registrada no Carnaval de São Paulo. Um estudante de Engenharia de 22 anos morreu eletrocutado, durante o desfile do bloco Acadêmicos do Baixo Augusta, na região central da capital paulista. Lucas Antônio Lacerda da Silva estava acompanhado de um grupo de amigos e, na esquina entre as ruas da Consolação e Mathias Aires, apoiou em um poste de sinalização de pedestres quando recebeu a descarga elétrica.
Os amigos contaram que acionaram guardas civis metropolitanos que estavam próximos, mas, segundo eles, nada fizeram. O atendimento do SAMU, por sua vez, demorou meia hora para chegar, enquanto Lucas estava desmaiado no chão. Ele não resistiu e morreu no hospital.
As câmeras de segurança que estavam no poste de sinalização são da empresa GWA System, contratada pela empresa Dream Factory para monitorar os blocos de São Paulo. A Dream Factory, por sua vez, foi a empresa vencedora da concorrência aberta pela gestão de João Doria para gerir o patrocínio de R$ 20 milhões do Carnaval de rua de São Paulo.
*Com informações de O Globo
Foto: Google Street View