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[caption id="attachment_126138" align="aligncenter" width="680"] A personagem Laura foi convencida a fazer uma espécie de hipnose que a levou ao passado e à memória dos abusos do padrasto quando ela tinha 8 anos - Foto: Divulgação/TV Globo[/caption]
O merchandising do Instituto Brasileiro de Coaching (IBC) na novela “O Outro Lado do Paraíso”, da Rede Globo, rendeu uma denúncia ao Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária), corroborada por uma série de queixas. O processo corre pelo número 58/18. Segundo apurou o TelePadi, da Folha de S.Paulo, com o próprio Conar, “a denunciante”, cujo nome o conselho não divulga, alega que houve indução ao entendimento de que um coach pode garantir resultados a um trauma psicológico por meio de hipnose, fazendo “confusão entre atividade de coaching e psicoterapia”.
Ao longo de alguns capítulos que antecederam a revelação de que a personagem Laura (Bella Piero) sofreu abusos do padrasto, Vinicius (Flávio Tolezani), Clara (Bianca Bin) procurou saber com a irmã, Adriana (Julia Dalavia) sobre o seu conhecimento de coaching e de que forma ela poderia ajudar Laura a vencer a repulsa ao sexo. Adriana se dispôs a ajudar a vítima, com “técnicas que podem levar” o paciente/cliente “ao lugar desejado” de “forma mais rápida”, e Laura foi convencida a fazer uma espécie de hipnose que a levou ao passado e à memória dos abusos do padrasto quando ela tinha 8 anos.
Imediatamente, o Conselho Federal de Psicologia e outros conselhos regionais, assim como profissionais dos dois ramos – psicologia e coaching – se manifestaram contra a situação, que, soube-se depois, tratava-se de um grande merchandising.
No capítulo levado ao ar no dia 2 deste mês, quando Adriana enumera as maravilhas do coaching e cita o nome do Instituto Brasileiro de Coaching, bem como de seu líder, José Roberto Marques, mencionado pela personagem como “o melhor coach do Brasil”, o final do episódio exibiu nos créditos a informação de que o IBC havia participado daquela edição em caráter de merchandising, ação publicitária paga para ser inserida no meio das cenas.