Escrito en
BRASIL
el
[caption id="attachment_144017" align="alignnone" width="700"] Foto: Tony Winston/GDF/Divulgação[/caption]
O Conselho Especial do Tribunal de Justiça do Distrito Federal decidiu, nesta terça-feira (6), que a segunda ponte sobre o Lago Sul, em Brasília, voltará a se chamar Ponte Costa e Silva, um dos generais que comandaram o país com mão de ferro durante a ditadura militar. Uma lei de 2015, que renomeou a estrutura para Ponte Honestino Guimarães, militante morto na ditadura, foi declarada inconstitucional. A medida cabe recurso, de acordo com informações de Mateus Rodrigues e Isabella Melo, no G1.
Para o Conselho Especial, o argumento é que não houve uma “consulta popular” para alterar o nome tornaria a lei inconstitucional.
A ação popular tramita desde 2015, ano em que o então governador Rodrigo Rollemberg sancionou o projeto da Câmara que substituía o nome do militar pelo do líder estudantil morto na ditadura. Mais um sinal de retrocesso.
Quem foram
O general Costa e Silva comandou o Brasil entre março de 1967 e agosto de 1969, período que ficou conhecido como os “anos de chumbo” por causa do fortalecimento da repressão e das práticas de tortura. O Ato Institucional 5 (AI-5), que institucionalizou a tortura e a perda de direitos, foi sancionado por ele em 1968.
Honestino Guimarães nasceu em Itaberaí, Goiás, em 1947, e se transferiu com a família para Brasília em 1960. Antes de completar 18 anos de idade, ingressou no curso de geologia na UnB, aprovado em primeiro lugar.
Militou na política estudantil e, pouco antes de se formar, foi expulso da universidade. Passou a viver de forma clandestina em São Paulo e no Rio de Janeiro, onde foi preso. Em março de 1996, sua família recebeu um atestado de óbito, sem explicar a causa da morte de Honestino. Assim, se tornou um dos símbolos da resistência à ditadura militar.
Somente em 2014, recebeu anistia política “post mortem” e teve o atestado de óbito corrigido, tendo como causa de sua morte “atos de violência praticados pelo Estado”.