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A cantora Jup do Bairro publicou em suas redes sociais na madrugada de segunda-feira (19), o relato de que foi vítima de agressão enquanto comemorava mais uma exibição do seu filme 'Bixa Travesty'. Ela conta que estava com amigas em um bar na Rua Augusta, em São Paulo quando um homem acompanhado de seus amigos começou a atacá-las dizendo que "odiava viado" e que "tem que ter respeito".
"Se sentindo encorajado por seus amigos e amigas que estavam na mesa, covardemente, pegou uma cadeira de madeira e arremessou em minha direção", conta. Segundo ela, o bar se eximiu da culpa e pediu para ela procurar a polícia. "Ninguém fala, ninguém vê. Ao sair do bar pessoas elogiaram a minha “coragem”, mas ninguém moveu um dedo em nossa defesa. Eu não vou morrer", relata.
Jup do Bairro canta com sua amiga Linn da Quebrada que em agosto deste ano também foi vítima de ataques por meio do aplicativo da Uber. Ambas participaram no domingo (18) da 26° edição do Festival Mix Brasil pelo CineSesc com a exibição do documentário 'Bixa Travesty'.
O documentário de longa-metragem com a cantora transexual expoente na cena musical de São Paulo busca discutir e quebrar paradigmas e estereótipos. E ganhou o Teddy Award de Melhor Documentário no Festival de Berlim, Melhor Direção no Festival de Cartagena, Melhor Longa do Júri Popular e Melhor Trilha Sonora no Festival de Brasília.
Leia o relato
"Ontem eu e minhas amigas passamos por um momento muito pesado de desamparo e agressão. Depois da exibição do nosso filme no Cinesesc, fomos para o bar BH Lanches na Rua Augusta onde fomos colocadas contra a parede por um sujeito que olhava pra nós dizendo que odiava viado. a sua intenção foi crescendo ao certo ponto que não fazíamos nada. Acabei contestando ele perguntando se ele odiava mesmo viado, ao se sentir intimidado, ele recuou dizendo que “tinha que ter respeito” e se sentindo encorajado por seus amigos e amigas que estavam na mesa, covardemente, pegou uma cadeira de madeira e arremessou em minha direção e saiu correndo sendo aparado, de certa forma, onde o bar e quem estava lá de eu poder me defender ou reduzir o ato.
Claro que o bar não se responsabilizou e nem se fez atuante em minha defesa e de minhas amigas. Apenas se ausentaram dizendo que a culpa não era deles é que eu deveria chamar a polícia. Ninguém fala, ninguém vê. Ao sair do bar pessoas elogiaram a minha “coragem”, mas ninguém moveu um dedo em nossa defesa. Eu não vou morrer".
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