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A justiça determinou a busca e apreensão de computadores e equipamentos e determinou o afastamento de dois educadores populares do MST do campus Abelardo Luz, do Instituto Federal Catarinense, faculdade criada no governo Dilma a partir de demandas do próprio MST. Acusação é de "imposição ideológica e política"
Por Redação
O Ministério Público Federal determinou, nesta quarta-feira (16), a busca e apreensão de computadores, celulares e outros equipamentos, além da quebra de sigilo de informações, de Ricardo Scopel Velho e Maicon Fontaine, dois educadores populares ligados ao MST que ministram aulas no campus Abelardo Luz, do Instituto Federal Catarinense.
A acusação é de "ingerência na gestão" e de "imposição ideológica e política" no instituto.
O mais curioso é que o campus Abelardo Luz foi criado a partir de uma demanda do próprio MST. Para a Justiça, no entanto, a presença de pessoas ligadas ao MST na faculdade, elaborando planos pedagógicos, representa uma irregularidade. O próprio despacho do MP vai contra a história da criação do campus: "Integrantes do MST e a direção local do instituto reiteram de forma ostensiva que o campus seria uma conquista do movimento".
O próprio site do instituto, no entanto, confirma a informação: "A conquista do Campus Avançado de Abelardo Luz é resultado da pauta apresentada, em 2011, pelo MST, à presidenta Dilma, para atender à necessidade da região, em especial, dos agricultores familiares e camponeses. Esta pauta foi reafirmada na audiência pública realizada no Assentamento José Maria, em agosto de 2012, com a presença massiva de políticos locais e estaduais, comunidade, universidades, IFC, cooperativas dos assentados da Reforma Agrária, movimentos sociais e poder público municipal. O objetivo do campus é atender às demandas históricas, dos camponeses e camponesas, por uma educação do campo pública gratuita e de qualidade", diz a descrição no site.
Em informe, integrantes do MST denunciaram a ação.
"É mais um absurdo e clara perseguição política, o Campus Abelardo Luz é uma conquista do MST e de outros movimentos campesinos da região. A perseguição e a ameaça feita aos companheiros é mais um caso de perseguição e criminalização de movimentos sociais! É um caso de Escola Sem Partido que não teve aprovação, mas está cada dia mais vigente nas escolas públicas como um todo, também no Instituto Federal. Por meio dessas decisões os dois estão afastados da função pública, ou seja, o o objetivo é perseguir, demitir e criminalizar! Não podemos aceitar esse absurdo!".
Confira, abaixo, o despacho do MP em que é solicitada a busca e apreensão dos equipamentos, bem como o afastamento dos educadores.