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“Já aconteceu de zerar um plantão ou outro, mas dois seguidos, eu nunca vi. Realmente é algo inédito”, disse o delegado.
Da Redação*
Tal e qual as placas de vítimas de acidentes de trabalho, o delegado Giniton Lages, titular da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), no Rio, declarou, nesta quinta-feira (27): "Hoje, às 8h, comemoramos 48 horas sem homicídios na Baixada Fluminense. Fato inédito". O policial está surpreso após dois dias "bem tranquilos", sem ocorrências na especializada.
Para o delegado Luis Otávio Franco, do mesmo setor, ações especiais tiveram destaque para esse resultado, "inédito" há pelo menos três anos. Ele afirma ainda que, até as 12h desta quinta-feira, a DHBF continuava zerada de ocorrências.
- Já aconteceu de zerar um plantão ou outro, mas dois seguidos, eu nunca vi. Realmente é algo inédito desde o início da nova DHBF, em 2014. Nossa análise é de que tenha a ver com as operações recentes de combate às milícias. Semana passada, por exemplo, houve a Operação Queimados Livre. E um inquérito nosso deu origem a uma investigação da 58ª DP (Nova Iguaçu), que culminou na Operação Pizzo. Faltam alguns mandados a serem cumpridos, mas muita gente já foi presa - explica o delegado, salientando que o nome da operação faz alusão a uma taxa de cobrança da máfia italiana.
Ainda de acordo com Franco, a região da Baixada onde houve maior incidência de homicídios este ano, e que chamou a atenção da DHBF, foi Queimados.
HOMICÍDIOS NO ESTADO DO RIO
Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), com base nos registros de ocorrências das delegacias de Polícia Civil de todo o Estado do Rio, indicam o acumulado de casos de homicídio doloso - quando há intenção de matar - praticados nos cinco primeiros meses de 2017: foram ao menos 2.329 vítimas.
Com relação ao mesmo período de 2016, isto significa que houve um aumento de 10,9% este ano, com 230 vítimas a mais.
O último relatório do instituto mostra que, somente em maio deste ano, 424 pessoas foram vítimas deste crime no estado, sendo que o número representa 55 casos a mais em relação ao mesmo mês de 2016 (14,9%). Já em abril, que teve um total de 430 desta vez, foram 45 vítimas a menos em comparação ao do ano passado.
Dentro de uma mostra mais abrangente, que também inclui os casos de homicídio doloso, o quadro referente à letalidade violenta indica que crimes como latrocínio, lesão corporal seguida de morte e homicídio decorrente de oposição à intervenção policial aumentaram 16,4%, sendo que o total deste ano, entre janeiro e maio, foi de 2.942.
*Com informações do Extra