Nomeado presidente do BB em 2009 e da Petrobras em 2015, Aldemir Bendine sempre se posicionou com um executivo de carreira e "homem do mercado" e foi considerado por veículos de imprensa como um dos "brasileiros mais importantes"
Por Redação* Foto: Cristina Indio do Brasil/Agência Brasil
Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras, preso hoje em nova fase da Operação Lava Jato pela acusação de pedir propina à construtora Odebrecht, era um dos chamados "homens do mercado" nos governo petistas. Funcionário de carreira do BB, foi diretor e presidente da instituição muito por influência de grupos ligados à burocracia do banco, que tentavam (e conseguiram) impedir que alguém com visão de esquerda assumisse a instituição.
No cargo no BB, segundo acusação divulgada hoje pelo Ministério Público Federal, teria pedido propina à Odebrecht AgroIndustrial para liberar empréstimo. “Numa primeira oportunidade, um pedido de propina no valor de R$ 17 milhões realizado por Aldemir Bedine à época em que era presidente do Banco do Brasil, para viabilizar a rolagem de dívida de um financiamento da Odebrecht AgroIndustrial. Marcelo Odebrecht e Fernando Reis, executivos da Odebrecht que celebraram acordo de colaboração premiada com o Ministério Público, teriam negado o pedido de solicitação de propina porque entenderam que Bendine não tinha capacidade de influenciar no contrato de financiamento do Banco do Brasil”, diz nota do MP.
Na Petrobras, entrou no lugar de Graça Foster, após os escândalos da Lava Jato virem à tona, novamente porque era considerado um "homem de mercado" para recuperar a credibilidade da empresa. E teria novamente pedido propina. Segundo o MP, “há provas apontando que, na véspera de assumir a presidência da Petrobras, o que ocorreu em 6 de fevereiro de 2015, Aldemir Bendine e um de seus operadores financeiros novamente solicitaram propina a Marcelo Odebrecht e Fernando Reis. Desta vez, as indicações são de que o pedido foi feito para que o grupo empresarial Odebrecht não fosse prejudicado na Petrobras, inclusive em relação às consequências da Operação Lava Jato.”