Racismo: Médico e empresária chamam mulher negra de "macaca" e a espancam

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“Macaca, escrava! Tá achando ruim ser chamada de negra? É o que você é”. Um empresário e a sua esposa, que é médica, foram denunciados por racismo e agressão após espancarem uma turista negra em uma boate de Cuiabá (MT). A vítima levou um soco do homem e foi arrastada pela mulher Por Pragmatismo Político 

Um empresário e a sua esposa, que é médica, foram denunciados pelos crimes de racismo e agressão corporal após espancarem uma turista negra em uma boate de Cuiabá (MT).

O crime aconteceu em uma casa sertaneja há 10 dias, mas estava sendo mantido em sigilo e só agora foi revelado após uma postagem na internet.

O estabelecimento é frequentado por pessoas de classe média e alta na cidade. Funcionários do local também foram alvo de xingamentos racistas.

Os agressores gozam de prestígio na cidade. A turista registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil. O caso, no entanto, foi tratado apenas como agressão.

Uma amiga da turista publicou, com a autorização da vítima, um relato sobre as agressões (leia abaixo). Ela conta que a turista estava no estabelecimento quando notou que, em uma mesa, uma mulher a chamava de “macaca”.

As provocações continuaram até que amigos da mulher, que também estavam na outra mesa, possivelmente constrangidos, pediram desculpas pelo insultos.

No entanto, pouco tempo depois, ao sair do banheiro, a turista foi agredida com um soco no rosto pelo empresário, marido da mulher. Caída no chão após a violência do golpe, ela ainda foi arrastada pelos cabelos pela médica. Os funcionários da boate confirmaram a versão.

“Um dos seguranças foi agredido com um soco e teve o crânio fraturado. Eles diziam que não gostavam de negro, que não queriam ser tocados por nenhum de nós”, relatou um segurança.

O empresário ainda tentou entregar dinheiro ao funcionário agredido, alegando que “negro gosta de ganhar dinheiro”.

Após as agressões, os envolvidos na confusão foram encaminhados para a delegacia. De acordo com o segurança, os policiais que atenderam a ocorrência não estavam preparados. “Eles foram negligentes. Ouvi que eles não queriam registrar a ocorrência como injúria racial”, disse um deles.

Pragmatismo Político entrou em contato com a Polícia Civil de Cuiabá para tentar conseguir os nomes dos agressores, mas até o fechamento desta publicação não obtivemos resposta.

Confira a íntegra do relato publicado pela amiga da vítima nas redes sociais:

Com autorização de minha colega de trabalho, Juliana Souza, publico as fotos e conto, resumidamente, a história destes hematomas no rosto dela:

Feliz da vida ela foi passar o feriado prolongado na casa de parentes em Cuiabá-MT. Na sexta, 17/06, foi com os primos se divertir em um “pub” da cidade. Em uma mesa, um pouco distante da sua, percebeu um casal, e notou que a mulher a chamava de macaca, o que era perfeitamente perceptível pelo movimento labial…Juliana é negra…Continuou na sua, embora não gostando nada daquela provocação absurda, gratuita, que persistia …Chegou ao ponto de alguém da mesa deles ir até Juliana pedir desculpas…

Em dado momento quando ela foi ao banheiro, ao retornar, foi atacada pelo namorado da moça, com um soco no rosto! Já no chão, surpreendida com a agressão repentina, sentiu-se arrastada pelos cabelos e viu que era a moça que o fazia, enquanto gritava: “VOCÊ NÃO TEM QUE ESTAR AQUI, SUA MACACA, ESCRAVA, VAI PRA SENZALA! TÁ ACHANDO RUIM SER CHAMADA DE NEGRA?! É O QUE VOCÊ É, E TEM QUE PASSAR CHAPINHA NO CABELO!!!”…

Os seguranças interviram, e também negros, foram chamados de macacos e agredidos pelo rapaz(grandalhão e muito forte). Um deles precisou levar pontos na testa…A policia foi chamada, levou o rapaz preso, no CAMBURÃO, a moça nao foi levada, por conta da parcialidade de um dos policiais…(Ele gritou que pagaria propina e não ficaria preso)

Juliana fez exame de corpo de delito, abriu um BO e contratou advogado…Tudo registrado, agora é esperar por justiça, que, se vier, não apagará a agressão que sofreu na sua dignidade, na sua HUMANIDADE, na sua alma…

O “rapaz”, pagou fiança, em torno de oito mil reais, e foi solto 19/06… Nem Juliana, nem os primos entenderam a razão de tanta violência…Era visível o quanto o casal estava alterado, não se sabe se por ingestão de alguma bebida ou drogas…Nada justifica!

Eis os personagens desta triste, revoltante e vergonhosa história:

– A VÍTIMA – Juliana – Pedagoga – Pos Graduação em Psicopedagogia -Excelente profissional – Professora da Rede Pública

– O AGRESSOR – O “rapaz” – Empresário Rico

-A AGRESSORA – A “moça” – Médica pediatra e professora em uma universidade de Cuiabá